O impetigo/piodermite é uma doença infectocontagiosa de etiologia bacteriana que acomete a pele.
É mais comum em crianças pequenas, entre 2 e 5 anos, e predomina em locais de clima tropical.
Ademais, tem como um de seus principais fatores de risco o contato íntimo com indivíduos infectados e a higiene precária.
Essa última é um fator de risco importante devido a colonização prévia do agente etiológico na pele do paciente.
Assim, traumatismos, arranhaduras e picadas de inseto atuam como “porta de entrada” para inoculação de bactérias. Por isso, a higiene adequada é a melhor maneira de prevenir a doença.
Neste artigo você vai conferir o que é impetigo, as possíveis causas e tratamentos da doença. Acompanhe!
O que é Impetigo?
O impetigo é uma infecção na pele causada por bactérias.
A doença provoca lesões de tipos variados - a depender do agente infeccioso - e pode ocorrer devido a traumas na pele e até picadas de mosquito, aliado a um sistema imunológico debilitado e à falta de higiene.
É uma afecção altamente contagiosa, é tanto que o impetigo pode ser transmitido por meio do contato com gotículas de saliva de uma pessoa infectada ou pelo contato direto com as feridas.
O período de incubação da doença pode durar de quatro a dez dias. E o paciente pode estar transmitindo o impetigo antes mesmo de desenvolver as úlceras.
Quais as causas do Impetigo?
Como dito anteriormente, a principal causa da doença é o contato com bactérias causadoras devido a algum arranhão ou machucados na derme.
Crianças com sistema imunológico debilitado e portadores de diabetes têm maiores riscos de desenvolver a doença caso entrem em contato com os agentes infecciosos.
Problemas crônicos de saúde e desnutrição também podem ser uma das causas da doença em pessoas adultas.
Quais os principais sintomas do Impetigo?
O surgimento das bolhas e feridas são os principais sintomas do Impetigo. É comum em regiões ao redor da boca, narinas, braços e pernas.
As bolhas possuem pus e quando estouram formam crostas na pele. Elas costumam abrir rapidamente e ficam abertas por alguns dias.
Os tipos mais comuns da doença não costumam causar dor, mas podem causar coceira e desconforto, podendo levar o portador da doença a estourar as bolhas, caso não tenha cuidado.
Já o ectima, uma forma da doença menos comum e mais grave, pode causar úlceras dolorosas, pois afeta outras camadas da pele além da epiderme.
O impetigo não costuma causar complicações, mas é bom ficar atento e procurar tratamento o quanto antes para evitar a disseminação da doença para outras pessoas e até para outras partes do corpo.
Algumas complicações, entretanto, podem ocorrer, mas são bem raras. São elas a glomerulonefrite e a celulite infecciosa.
Quais são os tipos de impetigo?
Há três formas de manifestações clínicas do impetigo: forma crostosa, bolhoso e ectima.
Impetigo crostoso
É a forma mais comum da doença, que produz lesões normalmente localizadas na face (ao redor do nariz e da boca) e nas pernas. Essas comumente surgem em forma de pápulas, evoluindo para vesículas eritematosas. Posteriormente, rompem-se e formam crostas com aspecto característico de “favo de mel”.
Impetigo bolhoso
É característico da infecção pelo S. aureus. As lesões, como o nome sugere, são bolhosas.
O líquido presente nas vesículas é amarelado e, com a progressão da doença, torna-se escuro e turvo.
Além disso, as vesículas do impetigo bolhoso são mais extensas que o impetigo crostoso e, quando rompem, deixam crostas finas e marrons.
O que é ectima?
Ectima é a forma menos comum do impetigo. É caracterizada por ser uma lesão ulcerativa, que se estende desde a epiderme até a derme.
Ademais, a úlcera é coberta por uma crosta de contorno amarelado e margens de cor violeta.
Além disso, é preciso atentar para uma complicação importante do impetigo, quando o paciente é infectado por S. pyogenes: a glomerulonefrite pós-estreptocócica.
Essa comumente ocorre após 2 semanas da infecção, e tem como sinais e sintomas mais comuns o edema, a hipertensão, a febre e a hematúria.
Como diagnosticar a piodermite?
O diagnóstico para o impetigo é clínico. Entretanto, pode ser realizada a cultura do exsudato para identificação do agente etiológico causador da infecção.
Todavia, o tratamento deve ser iniciado sem a necessidade da coleta quando o paciente apresentar os sinais e sintomas do impetigo.
Quais os tratamentos indicados para o impetigo?
O tratamento para impetigo pode ser feito com medicação tópica ou oral.
A medicação tópica tem prioridade quando o número de lesões não for extenso, devido ao menor risco de resistência bacteriana e de efeitos colaterais.
Nesse caso, o medicamento de escolha é a mucopiracina.
Entretanto, para indivíduos com lesões extensas ou com ectima, é preciso realizar o tratamento oral.
Devido à infecção por S. aureus ser cada vez mais frequente, o tratamento empírico deve cobrir tanto essa bactéria quanto os estreptococos.
Assim, utiliza-se a dicloxacilina ou a cefalexina, 250 mg, 4 vezes ao dia, durante 10 dias.
Ademais, é importante lembrar que as infecções cutâneas por estreptococo beta-hemolítoco do grupo A não provocam sequelas das síndromes pós-infecciosas de febre reumática aguda.
Quais os agentes etiológicos causadores da Piodermite?
Nos anos 1940 a 1950, o Staphylococcus aureus era a bactéria mais prevalente no impetigo.
Entretanto, com a invenção das penicilinas, a infecção por S. aureus diminuiu exponencialmente, e o principal agente etiológico causador da doença tornou-se o estreptococo beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes).
Todavia, devido ao uso indiscriminado dos antibióticos, começaram a surgir S. aureus resistentes a meticilinas.
Por isso, atualmente, há aumento dos casos de impetigo por S. aureus, apesar da infecção por S. pyogenes ainda ser a mais comum.
O que fazer para evitar o Impetigo?
A principal recomendação é manter a pele limpa e bem higienizada. Caso ocorram cortes e arranhões na pele é preciso fazer a limpeza imediata do local e lavar muito bem as mãos antes de tocar no ferimento.
Manter hábitos saudáveis também é recomendado para ajudar o sistema imunológico a se proteger e resistir a possíveis ataques das bactérias em questão.
Já para evitar a transmissão de pessoas que já estão contaminadas para outras, é necessário:
- Lavar cuidadosamente a área afetada com água corrente e sabão neutro e cobrir a região com gaze.
- Não compartilhar nenhum objeto pessoal da pessoa infectada com outras pessoas, como toalhas e roupas;
- Lavar sempre as mãos antes e depois de tocar no ferimento;
- Trocar lençóis e roupas de cama todos os dias;
- Evitar tocar nos ferimentos e depois levar a mão para outras regiões do corpo, para não contaminar;
- Evitar contato com outras pessoas no período de contágio.
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Leia mais:
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- Infecção do Trato Respiratório Superior: O que é e Sintomas
- HIV e COVID: Riscos enfrentados pelos pacientes coinfectados
Fontes:
- BADDOUR, Larry M. Impetigo. UpToDate. 2021. Acesso em: 28/07/2021.
- FAUCI, Jameson. et al. Medicina Interna de Harrison. Porto Alegre: AMGH, 2020.