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Publicado em
16/9/21

Você sabe diagnosticar o paciente com hipertensão arterial?

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Você sabe diagnosticar o paciente com hipertensão arterial?

A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível, de etiologia multifatorial. É caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial (PA) sistólica em ≥ 140mmHg e/ou PA diastólica ≥ 90 mmHg.

Ademais, diversos fatores de risco estão associados à HA. Sendo eles, o fator genético, a idade - com 65% dos indivíduos acima de 60 anos no Brasil considerados hipertensos - e o sexo

A doença é mais comum em homens na idade jovem, e mais prevalente no sexo feminino a partir da 6ª década de vida.

Para mais, as condições socioeconômicas, sobrepeso/obesidade e apneia obstrutiva do sono também são fatores de risco importantes. Bem como a ingesta excessiva de sódio e o consumo de álcool.

Como fazer o diagnóstico de hipertensão arterial?

A avaliação inicial do paciente é realizada através da medição da pressão arterial. Quando realizada em ambiente hospitalar, deve ser feita em pelo menos duas ocasiões diferentes, espaçadas por intervalo de dias ou semanas. E ainda, sem uso de medicação anti-hipertensiva. 

Nessas condições, o diagnóstico é dado de acordo com o nível pressórico encontrado no consultório, seja esse diastólico ou sistólico. Observe a tabela abaixo.

CLASSIFICAÇÃO PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg)
PA ótima < 120 e > 80
PA normal 120-129 e/ou 80-84
Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89
HA estágio I 140-159 e/ou 90-99
HA estágio II 160-179 e/ou 100-109
HÁ estágio III ≥ 180 e/ou ≥ 110
Classificação da pressão arterial de acordo com a medição no consultório a partir de 18 anos de idade. Fonte: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.

Hipertensão do avental branco  e hipertensão mascarada 

Além disso, o diagnóstico também pode ser feito com a medição da pressão fora do consultório. Tendo como finalidade diagnosticar uma possível hipertensão do avental branco (HAB), caracterizada pela pressão arterial elevada no consultório, e normal fora dele. 

E mais, essa verificação também é utilizada para diagnosticar uma  possível hipertensão mascarada (HM): PA normal no consultório, e alterada fora dele. Podendo ser feita por meio da Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA)

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MAPA

O MAPA é realizado acoplando-se um dispositivo à cintura do paciente. Ele é responsável por medir a pressão arterial a cada 20 minutos, durante o dia e, à noite, a cada 30 minutos

Imagem do aparelho utilizado para realização do MAPA. Fonte: https://www.cardioexpert.com.br/mapa-24-horas
Imagem do aparelho utilizado para realização do MAPA. Fonte: CARDIOEXPERT

Assim, este exame tem como vantagens a leitura noturna e a mensuração da PA durante a rotina normal do paciente. Por isso, apresenta uma evidência prognóstica mais robusta.

MRPA

É responsável pela medição em ambiente domiciliar, onde o paciente estará mais relaxado do que em ambiente hospitalar. A medição deve ser feita pela manhã e à noite, por três vezes, com um intervalo de 1 minuto entre cada uma delas

Assim, esse método também permite avaliar a pressão arterial no dia a dia do paciente. Além do mais, apresenta baixo custo e é amplamente disponível.

O MAPA e o MRPA não devem ser confundidos com a Automedida da Pressão Arterial (AMPA), que é realizada com equipamento próprio do indivíduo. Não obedecendo a um protocolo estabelecido previamente pelo médico. Por isso, a AMPA não é utilizada como medida diagnóstica.

Exames solicitados pós-diagnóstico de pressão alta

Por fim, ao ser diagnosticado com pressão alta, todo paciente deve realizar exames laboratoriais de rotina. São eles: a dosagem sérica de potássio, ácido úrico e creatinina

Além da glicemia e perfil lipídico, bem como o sumário de urina. E ainda, é preciso realizar um eletrocardiograma para avaliar uma possível hipertrofia do ventrículo esquerdo.

Fonte:

  • H., Oigman, W., & Nadruz, W. (2021). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.