A medicina preventiva precisa ser colocada em prática durante a assistência a saúde. Isso porque, auxilia os usuários dos sistemas de saúde a manter uma vida saudável, se utilizando de ferramentas como os exames de rastreio: exames clínicos e de imagem.
Ela estimula a mudança de hábitos, e, para isso, busca incentivar a ida da população ao consultório médico regularmente para fazer check-ups anualmente.
A medicina preventiva se dá em quatro níveis, voltados para prevenção, promoção e reabilitação da saúde.
Neste texto, além de falar deles, falaremos um pouco mais sobre esta área, bem como dos seus benefícios para saúde pública e de como é feito o rastreio.
O que significa medicina preventiva?
A atuação da medicina preventiva é focada no paciente. Assim, falar dela, é o mesmo que falar que em redução dos danos à saúde, em prevenção e promoção à saúde e melhora na qualidade de vida.
O conceito de saúde é muito amplo e envolve mais do que os serviços de saúde e a relação médico-paciente, diversos setores sociais também são considerados, sobretudo a elaboração de políticas públicas voltadas para a saúde.
Dessa maneira, os profissionais atuantes nesta área trabalham conscientizando a população quanto a uma alimentação mais saudável, a prática regular de exercícios físicos, de forma a estimular os hábitos saudáveis e reduzir os fatores de riscos causadores de doenças, como a hipertensão arterial.
Quais os níveis de prevenção?
A prevenção das doenças se divide em 2 períodos: pré-patogênico e patogênico. No período pré-patogênico ainda não existe patógeno, então ainda não há doença. Dele faz parte o nível de prevenção primária.
No período patogênico já existe a presença do patógeno, mas pode ou não existir a presença da doença. O nível de atenção secundária, terciária e quartenária se encaixam aqui.
Primária
A promoção à saúde é característica desse nível, que visa educar a população, melhorando a qualidade da alimentação, do saneamento e da moradia. Assim como reduz o risco de exposição dos usuários as doenças.
Na atenção primária são realizados exames e consultas rotineiramente para manter a população saudável, assim, são feitas campanhas de vacinação ou para prevenção do diabetes, por exemplo.
Os cuidados nesta etapa evitam que os usuários busquem atendimento em outros níveis de prevenção, já que tem o objetivo de evitar o surgimento de doenças desde o período gestacional.
Secundária
O nível secundário de prevenção é voltado para o diagnóstico e tratamento precoces, para que não resulte em morbidade significativa.
Por isso, são realizados os cuidados necessários para a recuperação da saúde, o atendimento é mais específico, realizado por especialistas em Ginecologia e obstetrícia e Dermatologia.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento e reduz as chances de complicações e sequelas.
A medicina preventiva atua também através da vigilância epidemiológica, a fim de identificar o adoecimento populacional.
Terciária
A prevenção terciária é voltada para a reabilitação de pacientes que já passaram pelos dois primeiros níveis.
O atendimento é altamente especializado, voltado para a necessidade específica do paciente, para que ele volte a ser o que era antes do acometimento pelo patógeno.
Este nível visa a redução dos sintomas, de danos, inibindo o avanço da doença e oferecendo o melhor tratamento possível, a fim de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.
Assim, temos como exemplo o cuidado pós-operatório e as políticas públicas que promovem a acessibilidade.
Quaternária
De acordo com o Hospital Albert Einstein a prevenção quaternária “visa identificar o paciente com risco de excesso de medicação ou intervenção desnecessária, como cirurgias. Para tanto, são propostas opções menos invasivas, de modo a evitar potenciais danos à saúde do indivíduo que possam ser mais graves que a própria doença”.
Aqui o olhar é totalmente voltado para os pacientes e tem o objetivo de promover o diálogo entre o paciente e o médico, de modo que a atenção ao histórico do paciente, a sintomatologia e aos tratamentos administrados seja redobrada.
Como é feito o rastreamento preventivo?
Os exames de rastreamento são utilizados para fazer a detecção precoce e prevenção das doenças. Ou seja, servem para identificar patologias em seu estado inicial, a fim de melhorar o prognóstico do paciente.
Eles não são exames diagnósticos. Sendo assim, a partir do momento no qual a investigação identifica alguma alteração são realizados os exames adicionais para determinar qual o diagnóstico definitivo.
O rastreamento preventivo envolve diferentes métodos e tipos de exames, vai do uso de questionários até o uso de aparelhos portáteis para verificar marcadores sanguíneos, como a glicose e o colesterol.
A mamografia é um exemplo de teste de rastreio, voltado para pacientes com maior probabilidade de desenvolver câncer de mama.
Com isso, identificada alguma alteração são realizados exames adicionais como a ultrassonografia e a biópsia da mama para saber se é um cisto ou tumor benigno ou maligno.
O rastreamento preventivo também é capaz de identificar malformações fetais, através de exames de rotina como as ultrassonografias obstétricas e morfológicas. Havendo alguma modificação, solicitam-se exames diagnósticos.
O ultrassom morfológico (exame de rotina realizado no primeiro e segundo trimestres de gestação), por exemplo, é capaz de detectar a cardiomiopatia congênita, um achado feito por meio do ultrassom morfológico.
Assim, caso haja alguma suspeita solicita-se como exame adicional o ecocardiograma fetal. Outros exemplos de exames de rastreio são o teste do pezinho e os exames de audição.
Assim que o indivíduo torna-se adulto deve fazer um check-up anual, e os principais exames de rastreamento preventivo solicitados são - além da mamografia, colesterol e glicemia - o teste ergométrico, o papanicolau e o exame de próstata.
Diante do exposto, é possível perceber que dentro da medicina preventiva os testes são solicitados para indivíduos que têm maior probabilidade de desenvolver determinada patologia e, por isso, se beneficiarão diretamente com a descoberta precoce.
Quais os benefícios da medicina preventiva?
A aplicação da medicina preventiva promove benefícios para a sociedade como um todo, como será possível ver a seguir.
Pacientes
A realização de consultas e exames regularmente e manter hábitos saudáveis permitem identificar e tratar doenças em fase precoce, que, consequentemente, melhoram o prognóstico do paciente e impedem o desenvolvimento de sequelas.
Empresas
A partir do momento no qual as empresas adotam a prevenção à saúde como política, passam a se beneficiar diretamente e beneficiar seus funcionários.
Isso porque, haverá uma diminuição do número de adoecimentos e, por consequência, do número de faltas, contribuindo para manter a produtividade da empresa.
Além disso, a organização será mais bem vista, por mostrar que se preocupa com as pessoas, o que ajuda a atrair mais talentos e reter os funcionários já existentes.
Governo
A adoção da medicina preventiva beneficia diretamente o Governo, já que o Brasil conta com um sistema de saúde público.
Sendo assim, ela aumenta a qualidade de vida dos cidadãos, reduzindo os custos dos atendimentos, fazendo com que eles fiquem apenas no nível primário de prevenção.
Isso contribui para que não haja uma superlotação nos hospitais e para que os médicos não fiquem sobrecarregados e consigam prestar um atendimento de melhor qualidade.
O que fazer para se destacar?
Ao trabalhar seguindo os princípios da medicina preventiva é preciso ter um olhar mais humanizado, é preciso saber qual exame de rastreio pedir e quando pedir. É preciso ser um médico atento aos detalhes, ser um médico atualizado.
Conclusão
A medicina preventiva impacta na saúde da população, aumentando a qualidade de vida e o bem-estar.
Ela é praticada em todos os níveis de prevenção, visando promover, prevenir e recuperar a saúde, beneficiando assim não só os pacientes, como também o governo e as empresas.
Esta área entende o ser humano como um ser biopsicossocial e trabalha para prolongar a sua vida, devendo ela ser aplicada em todas as especialidades médicas.
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