Estar em um programa de residência médica pode ser uma experiência divertida, gratificante e, às vezes, estressante. Não há dúvidas de que na Ginecologia e Obstetrícia, a residência é uma ótima maneira de ganhar experiência na área da especialidade escolhida. Sabendo aproveitar ao máximo esse período, o seu desenvolvimento como profissional será notável ao longo do tempo.
Ao longo dos 3 anos de especialização o médico formado põe em prática a maioria das coisas que aprendeu na faculdade, já que essa é uma das áreas básicas da medicina. No início o trabalho é bem repetitivo e braçal, mas com a experiência adquirida ao longo da residência a responsabilidade aumenta, preparando o médico residente para o mercado de trabalho.
Levando isso em consideração, é válido pontuar que a residência médica em Ginecologia e Obstetrícia está entre uma das mais concorridas, segundo levantamento do Demografia Médica 2023 são 37.327 especialistas na área. Vale ressaltar também que o aprofundamento nas características principais da residência médica da especialidade é essencial para saber o passo a passo durante o processo do programa.
O que é Ginecologia e Obstetrícia?
Descrevendo o conceito de Ginecologia e Obstetrícia, ambas são especialidades médicas que tratam da saúde do corpo feminino e da gravidez, sendo que a Ginecologia é a responsável pela “ciência feminina”, ou seja, pelo cuidado do sistema reprodutor e mamas. Trata as mais diversas patologias que atingem o sistema reprodutor feminino, assim como, trabalha com a saúde da mulher da infância à terceira idade.
Já a obstetrícia está relacionada com a reprodução humana, com o acompanhamento da mulher da gestação ao puerpério. Ela engloba os aspectos fisiológicos e patológicos dessas fases.
Visto que a Ginecologia e a Obstetrícia são especialidades médicas que trabalham juntas para fornecer cuidados de saúde às mulheres, os profissionais dessas áreas trabalham em estreita colaboração com o fornecimento do máximo cuidado às mulheres. Uma focada nos aspectos de zelo do sistema reprodutivo feminino, incluindo o útero, ovários e vagina e outra na saúde da mulher gestante.
Quais as principais características de um ginecologista?
Além de saber trabalhar em equipe, o profissional de Ginecologia e Obstetrícia precisa gostar de conversar e de ter contato com as pessoas, consequentemente, saber conduzir um diálogo, estar atento e se envolver com a história das pacientes também é essencial.
Outra característica desse profissional é a de naturalmente conseguir estabelecer uma relação de confiança com seus pacientes. Isso porque, o profissional atende questões relacionadas à intimidade das mulheres, então tratá-las com carinho e respeito é fundamental!
Resumindo, saber escutar é imprescindível para o GO, já que muitas vezes as pacientes necessitam além do atendimento específico, também de atenção psicológica. Por isso, ter noções de psicologia para orientá-las pode fazer toda a diferença nas consultas.
Devido ao avanço tecnológico, que pode resultar em novas técnicas de fertilização ou em novos tratamentos, por exemplo, o GO precisa ter a capacidade de se reinventar. Não só é indispensável que ele se mantenha atualizado, como também que esteja capacitado para desfrutar do mundo novo que se apresenta.
Como é a rotina de um ginecologista?
O dia a dia do profissional Ginecologista e Obstetra, além de ser obviamente dedicado a acompanhar a rotina e tudo o que está relacionado à saúde da mulher, ainda é repleto de atendimentos, consultas, exames preventivos, cirurgias e outros procedimentos pertinentes às especialidades.
Por isso o ginecologista precisa ter conhecimento sobre anatomia, embriologia e psicologia, por exemplo, para poder lidar com as gestantes e com as diversas afecções que acometem as mulheres.
A rotina tem diferentes cenários e possibilidades de atuação como consultórios médicos, hospitais (públicos ou privados), clínicas particulares, além de laboratórios de pesquisa e ensino. A atuação ainda pode ser em Medicina da Família, como especialistas em Ginecologia ou ainda em reprodução.
Como é a residência médica em Ginecologia e Obstetrícia?
A residência médica em Ginecologia e Obstetrícia é de acesso direto e tem a duração de 3 anos. Existem subespecialidades para essa área (medicina fetal, mastologia, sexologia), então há possibilidade para anos adicionais. O programa envolve atividades teórico-práticas de acompanhamento de mulheres em diferentes faixas etárias e estágios da gestação. Inicialmente, a especialização é repetitiva e braçal.
O residente em Ginecologia e Obstetrícia põe em prática quase tudo aquilo que aprendeu durante a faculdade. Não apenas sendo treinado para promover a saúde, como também para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas à mulher.
Ao longo dos anos, conforme o profissional for adquirindo experiência, a responsabilidade aumenta, de modo a prepará-lo para o mercado de trabalho. Com isso, o residente atua na maternidade, unidades básicas de saúde e enfermarias. E ainda, no centro cirúrgico, hospital geral e no Centro Obstétrico. Veja abaixo as especificidades de cada ano da residência:
Primeiro ano
De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro ano da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia é voltado para a formação obstétrica. Então o residente deve passar, dentre outros, pelo pronto-atendimento obstétrico, pré-natal de baixo risco, centro cirúrgico, além da enfermaria, neonatologia e do ambulatório geral de Ginecologia. No R1 também são iniciadas as atividades em ultrassonografia e ginecologia.
Segundo ano
O segundo ano possui uma carga horária maior voltada para a área de Ginecologia. Dessa maneira, o médico roda pelo pronto-atendimento ginecológico e pelos ambulatórios especializados como: uroginecologia, ginecologia de adolescentes e patologia do trato genital superior.
O R2 ainda atua no pré-natal obstétrico de alto risco e de adolescentes, e no Centro Obstétrico. Bem como, conforme a recomendação da pasta, deve iniciar a sua formação em Oncologia Ginecológica e continuar se aperfeiçoando na ultrassonografia.
Terceiro ano
No último ano da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia o médico continua a sua formação em ultrassonografia, em gravidez de alto risco e no Centro Obstétrico, mas também roda nos ambulatórios especializados de Obstetrícia, mastologia e oncologia pélvica.
É no R3 que o residente também passa pelo treinamento no atendimento a pacientes graves e aprende sobre a endoscopia ginecológica. Nos três anos de formação, os residentes contam também com atividades teórico-pedagógicas complementares. Mas elas têm um espaço na grade curricular bem menor do que as atividades práticas, equivalente a 10-20% da carga horária de 60 horas semanais.
O que estudar para ser um residente em Ginecologia?
Os estudos para a residência médica em Ginecologia e Obstetrícia são focados em competências que o residente deve dominar ao término do programa. Por isso, é essencial saber os principais assuntos a serem abordados no aprofundamento dos estudos. Veja a seguir alguns dos mais importantes:
- Atenção à saúde e cuidados básicos com a gravidez e suas complicações;
- Adaptações do organismo materno à gravidez e mudanças no ciclo gravídico-puerperal;
- Orientações para gestação de risco habitual;
- Gestação de alto risco;
- Assistência obstétrica humanizada;
- Anatomia do assoalho pélvico;
- Avaliação da bacia obstétrica;
- Assistência ao puerpério normal e suas complicações;
- Fisiologia da apojadura;
- Ejeção láctea;
- Intercorrências puerperais de baixa complexidade;
- Dilatação cervical, entre outros assuntos.
Se prepare para a residência médica com o Eu Médico Residente
Os cursos preparatórios para residência médica do Eu Médico Residente são focados nas regiões do país. As aulas possuem um estudo direcionado e objetivo onde ao final o direcionamento é específico para a banca escolhida. Os nossos professores são profissionais especialistas e capacitados para ajudar você na sua aprovação.
Os preparatórios do Eu Médico Residente ainda contam com uma plataforma de estudos que possui inteligência artificial exclusiva que possibilita que você acompanhe seu desempenho, além de produzir simulados e revisões personalizados. Também é possível acessar um banco com mais de 50 mil questões comentadas em texto e vídeo, flashcards, resumos, mapas mentais e muitos outros benefícios.
Mercado de trabalho e salário
Como você já deve ter percebido até aqui, esta área permite trabalhar em diversas frentes, por isso, é considerada uma das especialidades mais completas. O ginecologista e obstetra trabalha em maternidades e hospitais públicos ou privados.
Uma outra opção é o atendimento em consultório particular, mas devido ao alto custo, inicialmente, muitos especialistas atendem em clínicas de outros colegas. O GO pode optar pelo atendimento pré-natal e por realizar partos, por exemplo. Contudo, quem escolhe essas áreas não tem uma rotina bem definida, o horário de trabalho é mais imprevisível.
Além disso, também é possível atuar no ambulatório de ginecologia e realizando exames complementares em laboratórios. Se você gosta de rotina, esse é o lugar certo, pois os horários de trabalho são bem definidos. Os plantões também são comuns para esses médicos e podem chegar até 36 horas seguidas. Quem escolher trabalhar em regime de plantão exerce suas atividades profissionais apenas durante aquele período de trabalho.
Sendo assim, é possível se organizar e manter uma rotina. Mas o profissional deve sempre estar preparado para as urgências. Uma coisa é certa, a demanda pelo profissional nunca vai deixar de existir, haja visto o útero ser o único meio pelo qual é possível gerar uma vida. O aumento da expectativa de vida, mais expressivo entre as mulheres, também contribui para essa constância na demanda.
Segundo o portal Salario.com, a remuneração em 2023 para um Médico Ginecologista e Obstetra pode chegar até a R$15.224,65 com média de R$R$7.173,63 para uma jornada de 22 horas semanais de trabalho.
Quais as áreas de atuação para um Ginecologista?
O GO pode atuar em áreas como ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia, endoscopia ginecológica, mastologia, reprodução humana, densitometria óssea, medicina fetal e sexologia.
Vale salientar que, a subespecialização em densitometria óssea é importante para diagnosticar algumas afecções antes que o feto alcance a maturidade. No entanto, ela não é exclusiva do ginecologista obstetra.
Ademais, também é possível atuar na endocrinologia ginecológica, patologia do trato genital inferior, uroginecologia e na oncoginecologia.
Conclusão
A residência em Ginecologia e Obstetrícia é uma das áreas com mais queixas e processos contra médicos por conta de má conduta. Então, ao fazer a sua escolha pela residência médica, fique atento às suas habilidades. Saiba que os três anos de especialização, com possibilidades de anos adicionais, te preparam para as diversas responsabilidades da vida profissional.
O mercado de trabalho é abrangente, então você pode ter uma atuação cirúrgica, ambulatorial ou hospitalar, seja na rede pública ou privada, além de ser possível atuar em plantões. Outras possibilidades são a de montar um consultório próprio ou trabalhar em consultórios de outros profissionais.
Como a sua carreira será conduzida é uma escolha sua, mas tenha ciência que o Ginecologista Obstetra deve levar em conta a atenção e o carinho no atendimento às mulheres. Essas são habilidades imprescindíveis para que o atendimento seja de qualidade e para que o profissional seja bem-sucedido na carreira.
Leia mais: