Diante da situação pandêmica de Covid-19 em que o mundo se encontra, muito se tem falado sobre vacinas.
Com a popularização da internet como fonte de informação impulsionada pelo isolamento social, além de instruções válidas e conscientes a respeito do que fazer para contornar a pandemia, tem circulado pela web informações que minimizam a importância da vacinação e fomentam dúvidas na população, gerando receios sobre o “pós-vacina”.
Manter as pessoas cientes sobre a necessidade de se vacinar é uma tarefa de extrema importância e responsabilidade social, principalmente quando a efetividade, de fato, do imunizante depende da vacinação de boa parte da população.
Afinal, o ato de se vacinar não tem efeito apenas individual, mas, sobretudo, coletivo.
Para que servem as vacinas?
De maneira simples, as vacinas são substâncias criadas em laboratório - com alto rigor em pesquisas e testes. Com isso, elas agem como imunizantes preventivos usados para evitar maior incidência e gravidade de doenças causadas em humanos e animais, como na Covid-19, por exemplo.
Isso porque no conteúdo da dose é passado para o corpo vacinado “dados genéticos” do vírus correspondente inativo (o agente imunizante), estimulando o corpo a produzir anticorpos.
Desse modo, o sistema imunológico de quem foi vacinado estará “mais esperto” para reagir ao contato com o patógeno. É válido ressaltar, mais uma vez, que isso não impede o contágio, mas diminui os riscos da doença e possibilita o controle de epidemias.
O ato de se vacinar evita catástrofes como a que estamos presenciando mundialmente e, aumenta a possibilidade de erradicação da doença, como aconteceu com a varíola (1980) e a poliomielite (1989) no Brasil.
No entanto, mesmo consideradas erradicadas, é necessário que a população continue a se vacinar, mantendo o cartão de vacinação em dia, para garantir a proteção de todos à possibilidade de retorno da doença.
Como exemplo de atuação dos imunizantes no controle de infecções no Brasil, podemos citar o controle de epidemias de sarampo, febre amarela, H1N1, rubéola, entre outras, cujas vacinas são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde.
Além disso, o SUS promove periodicamente campanhas de vacinação para a população brasileira, sendo a mais popular a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe.
Quais os efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais mais frequentes provocados por vacinas são episódios de febre, dores no corpo, dores musculares (locais), mal-estar e coriza. Isso se deve à reação do sistema imunológico reconhecendo um “corpo invasor” causando, assim, algum tipo de ação inflamatória.
Segundo Fátima Rodrigues Fernandes, membro do Departamento Científico de Imunização da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), as pessoas podem apresentar ou não sintomas.
Quando eles estão presentes são um bom sinal de resposta imunológica do corpo. Entretanto, não apresentar sintomas não significa que não houve efeito do imunizante.
Vacinas têm relação com o contágio de outras doenças?
Antes de tudo, deve-se esclarecer que todo e qualquer imunizante passa por fases de testes, desde sua pesquisa e criação à sua distribuição. Durante esse processo de desenvolvimento, são testados não só o desempenho e eficácia do produto, mas também seu nível de segurança para quem irá “tomar”.
Recentemente, não tem sido difícil achar falsas informações circulando pelas redes a respeito da relação da vacina da Covid-19 com outras enfermidades.
Por isso é de extrema importância ressaltar que as vacinas não têm relação com o contágio de outras doenças, tais como AIDs, herpes, ou com implantação de chip. Nem muito menos promove alterações no DNA, tão pouco é evidenciada a presença perigosa de mercúrio.
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Imunizante contra a Covid-19 e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS)
A polêmica da vacina com o risco de contrair AIDs foi um equívoco causado pela divulgação de pesquisas russa e chinesa sobre o desenvolvimento de imunizantes anticovid, tendo o Ad5 como vetor.
Isso porque, em 2007, durante pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV, foi constatado que a presença do Ad5 poderia facilitar o contágio pelo vírus.
Diante disso, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) divulgou uma nota reforçando que não há evidência científica que comprove risco algum de se infectar pelo HIV por meio da vacina contra o coronavírus:
Também asseguramos que não há evidência científica de associação entre receber a imunização completa e ter mais risco para adoecer em decorrência da AIDS. As formas de transmissão do HIV são bem conhecidas e detalhadas em literatura médica disponível e a vacina não é uma forma de transmissão possível.
Vale lembrar que nem a vacina chinesa (Ad5-nCoV), nem a vacina russa (Sputnik V) foram aprovadas pela Anvisa. Dessa maneira, ambas não são aplicadas no Brasil.
Vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo
Na pandemia de Covid, no que se refere à proteção de nível pessoal, a vacina junto ao uso de máscara e álcool 70°- para higienização das mãos e objetos - são ações preventivas. Sendo assim, não vão inibir o contágio, mas vão reduzir consideravelmente as chances dos indivíduos desenvolverem quadros graves.
No âmbito coletivo, tais ações junto ao isolamento e distanciamento social ajudam no controle da disseminação de variantes do coronavírus. Tendo ainda como consequência o desafogamento dos sistemas de saúde devido à redução de casos e disponibilidades de leitos para pacientes acometidos por outras doenças.
Para saber como anda a situação de vacinação no Brasil, confira o site do Conselho Nacional de Saúde e acompanhe o Vacinômetro. A nível mundial, acompanhe as estatísticas de vacinação apresentadas pela Universidade de Oxford.