Estudo
Publicado em
11/8/21

Estimulação cerebral em pacientes com doença de Parkinson

Escrito por:
Estimulação cerebral em pacientes com doença de Parkinson

Pesquisa apontou quais outros benefícios da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) para os pacientes com a Doença de Parkinson. Publicada na revista científica Neurorehabilitation & Neural Repair, ela mostrou que atrelado ao exercício aeróbico a ETCC melhorou a locomoção dos pacientes.

Ademais, os cientistas também observaram que melhorias no tempo de reação, no controle executivo do andar e na variabilidade da marcha. Amenizando um dos maiores problemas do parkinsoniano, a lentidão dos movimentos.

Sendo este um estudo cruzado, randomizado e duplo-cego, foi realizado pelo Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Rio Claro.

Ele contou com a participação de 20 pessoas, que passaram por duas sessões de 30 minutos de atividades aeróbicas (ciclismo em intensidade moderada), com o intervalo de uma semana. E ainda, os voluntários também foram submetidos a diversas condições de estimulação transcraniana, com duração de 20 minutos.

A fim de estabelecer uma espécie de placebo, os participantes foram submetidos a uma estimulação simulada com duração de 10 segundos. Assim, metade deles seguiu a sequência ativa-placebo e a outra metade placebo-ativa, em dias distintos.

Critérios de avaliação da ETCC em parkinsonianos

A função cognitiva e a atividade cerebral durante o andar foram avaliadas antes e após cada uma das sessões. Além disso, a fim de medir o tamanho e a quantidade dos passos e a velocidade da marcha, foram utilizados parâmetros espaço-temporais.

Resultados da pesquisa brasileira

A análise realizada após as duas sessões constatou que a variabilidade do tempo do passo diminuiu, assim como o tempo de reação simples e de escolha.

A estimulação transcraniana atrelada a uma caminhada após os exercícios físicos foram responsáveis por aumentar a atividade no córtex pré-frontal. Sendo ele uma área do cérebro muito utilizada por pacientes com Parkinson para controlar o andar, em comparação com indivíduos saudáveis.

Com isso, apenas uma sessão já promoveu mudanças significativas, inclusive, até das funções cognitivas. Os resultados do trabalho trazem mais esperanças para o tratamento das sequelas causadas pela doença.

Leia mais:

Estimulação transcraniana por corrente contínua

Estimulação cerebral no córtex pré-frontal potencializou os efeitos dos exercícios aeróbicos em parkinsonianos. Foto: Reprodução/UNICAMP
Estimulação cerebral no córtex pré-frontal potencializou os efeitos dos exercícios aeróbicos em parkinsonianos. Foto: Reprodução/UNICAMP

O estímulo é dado em locais específicos do cérebro, por meio de dois pequenos eletrodos fixados no couro cabeludo. Um aparelho cria o circuito elétrico que atravessa o cérebro. Para o trabalho foi utilizada uma corrente muito baixa, de 2 miliamperes (mA), ideal para estimular os neurônios.

O que é o Mal de Parkinson e quais as suas características?

É uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva que acomete o sistema nervoso central. Não se sabe ao certo o porquê, mas ela é causada pela diminuição ou falta de dopamina, que auxilia a realizar os movimentos voluntários automaticamente.

Devido a isso, pacientes acometidos pelo Mal de Parkinson apresentam sintomas como: rigidez muscular, tremores de repouso e desequilíbrio (sintomas motores). Além de sintomas não motores como: diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.

O seu tratamento é feito com medicamentos que visam aumentar a dopamina. Levando em conta as necessidades de cada paciente e o estágio da doença. Além disso, é preciso fazer atividade física e ter um acompanhamento multiprofissional com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos.

Fontes: