Olá, colegas. Como andam os seus estudos? E a sua quarentena? Não é fácil balancear isso tudo, eu sei. Ô se sei. Por esse motivo, venho aqui oferecer dicas que facilitem esse processo — que está sendo complicado por tantos fatores externos nesse momento.
O que são métodos mnemômicos e podem te ajudar nos estudos?
Hoje continuaremos no tópico “métodos mnemônicos”, embora tangencialmente. A propósito, se você ainda não sabe o que significa esse termo, que fique claro: métodos mnemônicos são métodos especialmente criados para facilitar a memorização. É um assunto que vem sendo estudado há séculos e hoje já se encontra transformado numa ciência.
Muitos alunos ainda possuem a leitura como seu método preferido de estudo. Embora seja um método passivo de aprendizado — portanto não recomendo jamais que seja utilizado como o principal — ainda é importante para que se tenha um conhecimento-base dos temas e de suas minúcias. A questão é que temos, provavelmente, mais material para ler e memorizar do que um aluno de qualquer outro curso universitário. E isso não acaba depois da graduação nem da residência médica; é algo que os bons médicos precisam fazer durante toda sua carreira.
Dessa forma, é imprescindível que o façamos de modo eficaz. Antes de entrar nos três passos, é necessário ressaltar que aqui falo apenas sobre leitura voltada ao estudo, e não a leitura livre, por prazer, livre das amarras da memorização.
Como tornar suas leituras mais eficazes:
Determine sua meta
O que você precisa extrair do capítulo ou seção do material que está lendo? É um estudo científico ou o capítulo de um livro-texto? Cada material tem uma velocidade própria de leitura. Ao aumentar nossa velocidade, sempre sacrificamos um pouco da compreensão. Todos temos um ritmo próprio de leitura, mas que pode ser modificado conforme nos acostumamos a ler mais. Um estudo científico, por exemplo, pode ser compartimentalizado. Não precisamos nos perder nos métodos e resultados, mas sim dar muita atenção ao abstrato, conclusão e discussão. O capítulo de um livro sempre traz uma seção com histórico e contextualização. Se o objetivo for entender o diagnóstico e o tratamento de uma doença, podemos sem problema pular essas seções. Ao definirmos essa meta, o importante é determinar o nível mínimo de compreensão requerido para que o assunto seja entendido e, em cima disso, traçar a velocidade máxima de leitura capaz de proporcioná-lo.
Flexibilize sua velocidade de leitura
Quando lendo, haverá segmentos fáceis de texto para você. A linguagem é acessível, você entende os conceitos e consegue fluir incólume pelo material. Não precisará parar em cada palavra para entendê-la profundamente. Outros segmentos, porém, te introduzirão a novas palavras, conceitos complicados e você terá de desacelerar. Entenda que isso acontecerá com frequência e você terá, sim, que flexibilizar sua velocidade de leitura para que a compreensão seja otimizada. Ler lentamente um texto que te parece fácil é perda de tempo, assim como ler rapidamente um texto cheio de conceitos novos sacrificará seu entendimento e retenção do material.
Use um marcador de ritmo
“Como é, Fernanda?” É isso mesmo, caro leitor. Use um marcador físico de ritmo. Pode ser uma caneta ou mesmo o seu dedo. Nossos olhos se movem em “jerk motions” quando lemos um texto, ou seja, em pulinhos e paradas. O movimento não é fluido e laminar. Quando acompanhamos uma bola rolando no chão, em contrapartida, ele é. Por isso um marcador físico ajuda — e muito — na fluidez do movimento ocular. Quanto mais nos acostumamos a seguir o ritmo do marcador, mais rápidos ficamos.
Conclusão
Essas foram apenas algumas dicas. Acho que, a essa altura, não é necessário dizer que a leitura é um músculo a ser exercitado. Nesse quesito não existe jeito de roubar, não existe cheat code. Há modos, sim, de otimizá-la, mas a otimização não funciona se acima de tudo o ato de ler não for um hábito.
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