A síndrome do imobilismo é uma síndrome típica da geriatria, que afeta a funcionalidade dos idosos acometidos.
O envelhecimento é um processo natural, contínuo e individual, com impactos nas mais diversas áreas da vida de uma pessoa. Tem uma relação estreita com a funcionalidade e mobilidade das pessoas.
Cerca de 20% dos idosos com mais de 75 anos apresentam algum agravo na mobilidade. Nesse sentido, a compreensão do envelhecimento e suas síndromes mais comuns é essencial.
Nesse post iremos abordar a síndrome do imobilismo, seu quadro, tratamento e prevenção!
O que é a síndrome do imobilismo?
A síndrome do imobilismo é um conjunto de sinais e sintomas que acometem o idoso acamado por um longo período de tempo, levando ao grau máximo de imobilidade.
Ela é gerada pelas alterações sistêmicas causadas pela inatividade musculoesquelética e, por isso, tem impacto direto na longevidade e qualidade de vida do indivíduo acometido.
Os idosos restritos ao leito por mais de 15 dias estão em maior risco para o desenvolvimento dessa síndrome.
A principal causa dessa são as quedas, que são muito comuns nessa população e requerem, normalmente, um longo período de repouso para sua recuperação.
Apresentação clínica
As principais manifestações da síndrome do imobilismo são osteomusculares, tegumentares, neuropsiquiátricas e urinárias.
Manifestações osteomusculares
A atrofia muscular causada pela imobilidade leva à perda de sarcômeros, o que ocasiona uma diminuição da força muscular, e resulta num aumento de tecido conjuntivo, deformando articulações.
Essas alterações causam formação de contraturas, o que limita a amplitude dos movimentos.
Além disso, também ocorre perda de massa óssea, que pode gerar osteoporose ou osteomalácia.
Manifestações tegumentares
As manifestações tegumentares incluem pele desidratada, com redução da elasticidade e espessura.
Isso favorece o surgimento de lesões dermatológicas, como úlcera por pressão, dermatite amoniacal, lacerações e equimoses.
Manifestações neuropsiquiátricas
Já as manifestações neuropsiquiátricas costumam variar de alterações cognitivas, delirium, depressão, demência, afasia e disfagia.
Outras manifestações
A disfagia pode ocasionar menor ingestão de nutrientes, o que pode levar à caquexia e a pneumonia aspirativa.
A demência avançada gera o desenvolvimento de incontinência urinária e fecal.
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome do imobilismo é clínico. O idoso deve apresentar os 2 critérios maiores e pelo menos 2 menores.
Formas de tratamento
O tratamento não é curativo, e sim paliativo, buscando melhorar a qualidade vida do idoso e a atenuação dos sintomas.
Ele requer uma equipe multidisciplinar, composta por nutricionista, terapeuta e demais profissionais da saúde.
Para mais, devem ser tratadas as comorbidades, como depressão, demência e úlcera por pressão, com seus tratamentos específicos.
Fisioterapia
A fisioterapia é a principal forma de tratamento, por meio da cinesioterapia.
A cinesioterapia é um conjunto de exercícios que promove a movimentação do paciente, por movimentos ativos ou passivos, com o objetivo de prevenir contraturas.
A movimentação precoce também é indicada, já que promove melhora da nutrição e oxigenação de órgãos internos, além de diminuir a incidência de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar.
Prevenção
A prevenção é a principal forma de tratamento, visando a reabilitação e o retorno às atividades diárias.
Atividade física
A atividade física é um ótimo método de prevenção a síndrome do imobilismo, possuindo efeito benéfico na qualidade de vida dos idosos.
Prevenção de quedas
Outra forma de prevenção importante da síndrome do imobilismo é a prevenção de quedas.
Para isso, algumas mudanças na casa podem ser realizadas com o objetivo de diminuir o risco.
É indicado a retirada de tapetes e fios do chão da casa, utilização de barras de apoio no box do banheiro e perto do vaso sanitário, iluminação apropriada na casa e evitar o uso de medicamentos que causem tontura e sonolência.
Conclusão
A síndrome do imobilismo é uma comum na população idosa, e pode torná-la dependente e ser incapacitante, além de causar diversas complicações.
Existe a necessidade de uma melhor capacitação e esclarecimento aos profissionais da saúde sobre esta síndrome, visando a prevenção do quadro, buscando a manutenção da qualidade de vida do idoso.
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FONTE:
- GODINHO, Indra; et. al. Síndrome do Imobilismo: Revisão Bibliográfica. 2019. Acesso em Agosto de 2022.