A síndrome de crupe é o nome dado a um grupo de doenças respiratórias que atingem traqueia, laringe e brônquios. É mais comum em crianças e lactentes, afetando cerca de 3% das crianças por ano. No geral, é um quadro leve, porém, 1% pode ser um quadro severo e potencialmente grave.
Neste post iremos abordar o que é a Síndrome de Crupe, seus sintomas e como tratar!
O que é síndrome do crupe?
A síndrome de crupe são as doenças respiratórias que atingem a traqueia, laringe e brônquios, ou infecções de vias aéreas médias, podendo causar estridor e tosse intensa. Pode ser de origem viral ou de origem bacteriana, sendo a viral a mais comum.
Ela se caracteriza pela obstrução parcial das vias aéreas, causada pelo inchaço da laringe, traqueia e brônquios em decorrência da infiltração de glóbulos brancos. Isso causa um aumento do fluxo de ar ruidoso, o estridor. De acordo com a localização, pode ser dividida em laringite, laringotraqueíte e laringotraqueobronquite.
Epidemiologia
A síndrome de crupe acomete mais lactentes e crianças, principalmente nos meses de outono e inverno. Além disso, também acomete mais crianças do sexo masculino.
Etiologia
A síndrome de crupe pode ser causada por vírus ou por bactérias. O vírus parainfluenza geralmente causa crupe, mas uma infecção bacteriana também pode ser a responsável.
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Síndrome de crupe viral
O vírus parainfluenza é a causa mais comum de crupe viral, gerando um quadro de laringotraqueíte aguda, principalmente os tipos 1 e 2. Tem um pico entre 1 e 6 anos de idade. Outras causas incluem influenza A e B, sarampo, adenovírus e vírus sincicial respiratório (VSR). O quadro clínico é caracterizado por pródromos gripais, tosse, rouquidão e estridor.
Síndrome de crupe bacteriana
O crupe bacteriano pode ser por uma infecção primária ou secundária começando com infecções virais, que pioram devido ao crescimento bacteriano secundário. As causas bacterianas comuns são Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis.
O S. aureus costuma causar um quadro de traqueíte, com pródromos gripais que podem evoluir com toxemia, enquanto o H. influenzae gera um quadro mais agudo, de epiglotite aguda, sem pródromos, com febre alta e toxemia.
DICA DE PROVA
Se o paciente tiver um histórico de atraso vacinal, pensar na possibilidade de epiglotite aguda. Além disso, sialorréia, odinofagia e disfagia também aumentam a possibilidade de epiglotite.
Sintomas da síndrome do crupe
Os sintomas da síndrome de crupe incluem estridor, tosse, rouquidão, dificuldade para respirar que piora à noite, febre, taquicardia e taquidispneia. Pode ter sinais de desconforto respiratório como batimento de asa de nariz, retração e cianose. Costuma ser um quadro que dura de 3 a 7 dias, com ocorrência dos sintomas mais graves no 3° e 4° dia.
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome de crupe é clínico. Para classificar a gravidade, utiliza-se o escore de Westley, que pontua entre 0 a 17 pontos de acordo com os sintomas. Pontuação de 3 a 5 indica crupe moderado e de 6 a 11 grave. Uma pontuação maior do que 12 pontos já indica uma insuficiência respiratória.7
É importante excluir outras condições obstrutivas, como epiglotite, corpo estranho nas vias aéreas, estenose subglótica, angioedema, abscesso retrofaríngeo e traqueíte bacteriana. Pode ser realizada uma radiografia de pescoço, que pode apresentar um estreitamento característico da traqueia em 50% dos casos, conhecido como sinal da torre de igreja ou sinal do lápis. Exames de sangue e de cultura viral não são feitos de rotina.
Como é realizado o tratamento?
O tratamento vai depender da pontuação na escala de Westley. Crianças com pontuação menor que 2, devem receber dose única de dexametasona. Crianças com pontuação maior que 3, devem receber dexametasona com epinefrina nebulizada. Além disso, pacientes com saturação de oxigênio diminuída, devem receber oxigênio suplementar.
A dexametasona é feita nas doses de 0,15-0,6 mg/kg/dia. Já a epinefrina é feita 0,5 ml/kg via nebulizador, e o paciente deve ser observado por pelo menos 3h, para avaliar o efeito da adrenalina. Cerca de 0,2% das crianças podem necessitar de intubação orotraqueal, principalmente nas etiologias bacterianas. Os antibióticos são reservados para os casos em que há suspeita de infecção bacteriana. Nesses casos, recomenda-se uso de vancomicina e cefotaxima.
Conclusão
A síndrome de crupe é um grupo de doenças que englobam as infecções de vias aéreas médias, ou seja, laringe, traqueia e brônquios. É caracterizada por estridor, tosse e febre. O diagnóstico é clínico e o tratamento é feito com corticoide e adrenalina.
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