A rubéola é uma doença exantemática aguda, também conhecida como ‘sarampo alemão’, causada por um vírus do gênero Rubivirus, o Rubella vírus.
A doença é responsável por causar sintomas como: dor de cabeça, febre baixa, artralgia e mialgia. Sendo assim, ela pode ser confundida com outras doenças (sarampo ou dengue, por exemplo).
Por isso os exames laboratoriais são essenciais para detectar a presença do vírus causador desta enfermidade.
Ademais, não existe um tratamento de rubéola. A terapêutica é voltada apenas para amenizar as manifestações clínicas.
O que é rubéola?
A rubéola é uma doença infecto-contagiosa de etiologia viral. Sendo causada pelo Rubella vírus, do gênero Rubivirus.
Ela é transmitida através do contato com secreções de um indivíduo contaminado, normalmente, por gotículas das secreções respiratórias ao falar ou tossir, por exemplo.
Desse modo, é considerada altamente contagiosa. O paciente com a afecção pode transmiti-la cerca de 5 dias antes do aparecimento do exantema ou até 5 a 7 dias depois.
Além disso, a transmissão indireta através do contato com secreções nasofaríngeas, sangue, urina ou fezes é rara, mas passível de acontecer.
Características epidemiológicas da rubéola?
A incidência do sarampo alemão é maior no final do inverno e no início da primavera. Ele é considerado benigno e possui baixa letalidade.
Crianças entre cinco e nove anos são as principais acometidas por essa doença, que também pode atingir adolescentes e adultos.
Quais os principais sintomas da rubéola?
Em geral, os casos de infecção causada pelo Rubella vírus são leves e cerca de 25% a 50% das infecções são subclínicas.
Assim, depois de 14 a 21 dias de incubação, durando em média 17 dias, é observado um período prodrômico. A principal manifestação clínica é o exantema maculopapular e puntiforme difuso, que dura de 3 a 5 dias.
As primeiras aparições podem ser observadas no rosto, couro cabeludo e pescoço, e posteriormente, em todo o corpo.
Fonte: msdmanuals
Inicialmente ele é um exantema macular, desaparecendo quando é feita a compressão. No segundo dia alguns pontos ficam mais salientes, por isso ele torna-se escarlatiniforme, com uma base eritematosa.
Também podem ser observadas petéquias no palato mole (manchas ou sinal de Forschheimer), que com o passar do tempo ficam vermelhas e eritematosas.
Fonte: Blog MedSemio
A distribuição do exantema é semelhante à do sarampo, contudo, o eritema é menor e menos coalescente, ou seja, a distância entre as manchas é maior.
A linfoadenopatia retroauricular, cervical e occiptal – que surge de 5 a 10 dias antes do exantema – juntamente com a febre baixa, também são considerados sintomas de rubéola.
Dessa maneira, contribuem para diferenciar esse diagnóstico de outras doenças exantemáticas. Outros sintomas sugestivos da patologia são:
- cefaléia,
- conjuntivite;
- coriza;
- nariz entupido;
- dor ao engolir;
- tosse;
- artralgias (principalmente nas mãos); e
- mialgias.
Por causa desses sintomas inespecíficos, o sarampo alemão pode ser confundido com outras afecções que apresentam características semelhantes, tornando o diagnóstico mais complicado.
Ademais, em casos considerados raros pode ser observada a púrpura trombocitopênica e a otite média.
Como fazer o diagnóstico da rubéola?
O diagnóstico da rubéola é feito por exames laboratoriais, seja por meio do PCR (amostras nasofaríngeas e de urina) ou por meio da sorologia (IgG) e/ou isolamento viral.
Este último sendo realizado na fase aguda da doença, para detectar a presença de anticorpos IgM no sangue, desde os primeiros dias até 4 semanas depois do aparecimento do exantema.
O exame sorológico IgG detecta a presença de anticorpos responsáveis por combater a infecção na corrente sanguínea, na fase de convalescência em relação à fase aguda.
Todos os testes laboratoriais são imprescindíveis para comprovar o diagnóstico, uma vez que, como dito anteriormente, esta afecção pode ser facilmente confundida com outras doenças exantemáticas.
Por isso, além da dengue e do sarampo, o diagnóstico diferencial deve ser feito com escarlatina, exantema súbito (crianças até 2 anos), eritema infeccioso e enteroviroses.
E mais, também deve ser realizado com outras enfermidades que podem ser responsáveis por síndrome congênitas como infecção por citamegalovírus, sífilis secundária, mononucleose infecciosa e toxoplasmose.
Quais os possíveis tratamentos para rubéola?
Não existe um tratamento específico para a enfermidade, o tratamento da rubéola é sintomático.
Isso significa dizer que os medicamentos prescritos (paracetamol ou dipirona, por exemplo) ajudam a controlar os sinais e sintomas, aliviando as dores de cabeça e as dores no corpo, por exemplo.
É recomendado que os pacientes se mantenham em repouso e bem hidratados, para evitar a desidratação e ajudar na eliminação do patógeno.
Para aquelas pessoas que apresentam desconforto ou vermelhidão nos olhos é recomendado a aplicação de compressas de água fria e evitar a exposição à luz solar.
Além disso, os indivíduos infectados devem se manter isolados de 7 a 18 dias, para evitar a transmissão do vírus.
Como prevenir a rubéola?
A rubéola é facilmente prevenida por meio da vacinação. A vacina responsável pela imunização é a tríplice viral - que também previne contra o sarampo e a caxumba – e está disponível no calendário regular de vacinação.
Sendo assim, ela está disponível nas Unidades Básicas de Saúde e pode ser administrada em crianças a partir de 1 ano de idade.
São duas doses: a primeira recomendada dos 12 aos 15 meses de idade e a segunda dos 4 aos 6 anos.
A tríplice viral pode ser aplicada também em mães suscetíveis à doença, mas somente logo após o parto, já que ela é contraindicada durante a gravidez.
Para mais, as mulheres imunizadas devem evitar a gravidez por 28 dias. Isso porque pode haver uma transmissão transplacentária do vírus causador do sarampo alemão no início da gestação.
No entanto, a vacina não é responsável por causar a Síndrome da Rubéola Congênita.
O que é a Síndrome da Rubéola Congênita?
A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) acontece quando o agente infeccioso do gênero Rubivirus atravessa a placenta e infecta o feto, ou seja, ocorre por causa da transmissão transplacentária do patógeno.
Aí vem o questionamento, o acometimento pela rubéola na gravidez é perigoso?
Sim, extremamente perigoso, pois é capaz de provocar malformações no feto como surdez, glaucoma, catarata, retardo no crescimento e malformação cardíaca.
A infecção na gravidez é considerada a forma mais grave da doença, e, também, pode causar abortos e o nascimento de natimortos.
Dúvidas Frequentes (Guia Rápido)
Como a rubéola é transmitida?
A transmissão da rubéola ocorre por meio do contato com gotículas de secreções respiratórias de indivíduos contaminados, ao tossir, falar ou espirrar.
O que a rubéola pode causar?
A infecção pode causar sintomas mais característicos como exantema, febre baixa e linfoadenopatia retroauricular, cervical e occiptal. E ainda, tosse, coriza, dor ao engolir, dores no corpo, conjuntivite, cefaleia e nariz entupido.
O que é rubéola na gravidez?
A infecção causada pelo Rubella vírus na gravidez é a chamada Síndrome da Rubéola Congênita.
Nela o agente patogênico é transmitido da mãe para o filho através da placenta, causando complicações irreversíveis para o feto, como surdez e problemas cardíacos.
Quanto tempo dura a rubéola?
O tempo de duração da infecção causada pelo Rubella vírus é de aproximadamente uma semana.
Quais são os primeiros sintomas da rubéola?
Exantema, linfoadenopatia retroauricular, cervical e occiptal e febre baixa.
Como são as manchas da rubéola?
As manchas são avermelhadas e costumam surgir, geralmente, no rosto e depois se espalham pelo corpo.
Inicialmente é um exantema macular, desaparecendo quando é feita a compressão. No segundo dia torna-se escarlatiniforme, com uma base eritematosa.
E, também, podem ser observadas petéquias no palato mole (sinal de Forschheimer), que com o passar do tempo ficam vermelhas e eritematosas.
Conclusão
Não existe um tratamento específico para a rubéola, a terapêutica é baseada nos sintomas que se fazem presente.
Para mais, o seu diagnóstico pode ser dificultado por manifestações clínicas semelhantes a outras afecções.
Além disso, o sarampo alemão é altamente contagioso, mas é considerado benigno (não fatal). No entanto, pode evoluir para casos mais graves, resultando em sequelas irreversíveis.
Por isso, a vacinação contra a doença é tão importante, já que é essencial para diminuir a circulação do vírus.
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