A asma é uma doença crônica bastante comum entre os brasileiros, sendo a terceira ou quarta causa de hospitalizações na rede pública, segundo o DATASUS. Sendo assim, um ensaio clínico de fase 3, chamado NAVIGATOR, mostrou que um medicamento chamado tezepelumabe reduziu em 56% as taxas anuais de exacerbação.
Isso aconteceu em pacientes que sofrem com a asma grave descompensada. A doença é considerada grave quando, apesar do uso de altas doses de duas ou três medicações de controle, ainda assim, persistem os sintomas, as exacerbações e as limitações diárias.
O estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo contou com a participação de 1.059 indivíduos. Eles tinham entre 12 e 80 anos de idade e estavam recebendo doses de moderadas a alta de corticosteroides inalatórios.
E mais, também faziam uso de pelo menos um medicamento de controle adicional (com ou sem corticosteroides orais). Ademais, os pacientes tiveram ao menos duas exacerbações no ano anterior, que exigiram o uso de corticoide sistêmico.
Para fazer as análises, em 528 deles foi administrado via subcutânea 210mg do tezepelumabe e nos outros 531 pacientes foi utilizado somente placebo. O tratamento foi realizado a cada quatro semanas, durante 52 semanas.
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Como age a medicação?
O medicamento utilizado na pesquisa trabalha na inflamação alérgica num estágio muito inicial. Isso porque tem como alvo a linfopoietina estromal tímica (TSLP).
Sendo ela, uma citocina derivada de células epiteliais, que são críticas na patogênese da asma. Do total da população de estudo, 359 eram elegíveis para uma das terapêuticas comuns para a doença, o omalizumabe (anti-IgE). Já 695 não estavam aptos a utilizá-lo.
Para escolher aqueles elegíveis para o medicamento anti-IgE, os pacientes precisavam ter asma alérgica e fazer uso de corticosteroides inalatórios em altas doses. Além disso, outros critérios utilizados pelos pesquisadores estão listados abaixo:
- Teste de imunoensaio por fluorescência positivo para aeroalérgenos perenes clássicos;
- Nível sérico basal de imunoglobulina E (IgE) de ≥ 30 a ≤ 1.500 UI/mL;
- Peso corporal de ≥ 20 a ≤ 150 kg; e
- Combinação de IgE e peso corporal dentro dos limites do rótulo de prescrição de omalizumabe na União Europeia.
Resultados do estudo que utilizou o tezepelumabe para tratar a asma grave
Os cientistas puderam observar que, o tezepelumabe beneficiou tanto o grupo elegível para o omalizumabe, quanto o não elegível. Desse modo, as taxas anuais de exacerbações tiveram uma redução de 56%, em adultos e adolescentes com asma grave descompensada.
Além disso, o tratamento também promoveu outros benefícios aos pacientes. Sendo eles: a melhora da função pulmonar, dos escores de qualidade de vida relacionados à saúde e de outros sintomas de asma em desfechos secundários.
Diante disso, é possível perceber que ele se mostrou eficaz para asma alérgica e não alérgica. Sendo algo de extrema importância, visto que, algumas pessoas com asma possuem uma resposta diminuída a corticoides inalatórios e a beta agonistas de longa ação.
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