Estudo apresentado na reunião anual virtual das Pediatric Academic Societies, fez alguns apontamentos sobre pacientes pediátricos com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM). Os pesquisadores descobriram que a diferença entre o tempo de internação e a necessidade de tratamento intensivo para esses pacientes não foi significativa. Isso para crianças inicialmente atendidas no ambulatório ou no pronto-socorro.
A população de estudo foi composta por 34 pessoas com a SIM. Elas tinham uma média de idade de 7,9 anos. Em relação ao sexo e raça, 68% eram do sexo masculino e 82% brancos. Além disso, 16 buscaram atendimento no pronto-socorro e 18 no ambulatório. O trabalho foi realizado entre abril e dezembro de 2020.
É preciso salientar que essa síndrome é considerada uma das diversas consequências graves da Covid-19. De maneira geral, o tempo de internação ficou entre 3 e 16 dias e o tempo de permanência na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durou de 1 a 10 dias. Com isso, os dados mostram que não houve diferença significativa entre eles.
Embora 24 pacientes tenham sido admitidos na UTI, a duração dos sinais e sintomas antes da internação foi maior entre os pacientes ambulatoriais. Diante disso, é possível concluir que o local de atendimento inicial não influencia no tempo de internação das crianças. Dos 34 indivíduos, apenas um voltou para o internamento, por causa da meningite asséptica, e nenhum deles veio a óbito.
Leia mais:
Antipsicóticos podem mudar a forma de tratamento para a Covid-19, aponta estudo
Síndrome pós-Covid-19: saiba o que é e como se manifesta
Grupo sanguíneo ABO não tem relação com a gravidade da Covid-19, diz pesquisa
Os cientistas também observaram quais os sintomas iniciais de quem foi atendido no ambulatório e no pronto-socorro. Sendo assim, constataram que não houve uma diferença expressiva entre as manifestações clínicas iniciais da SIM.
Sendo as mais comuns: a febre, observada nos 34 pacientes e alterações gastrointestinais, presente em 85% da população de estudo. E ainda, 85% das crianças apresentaram alterações mucocutâneas, como exantema, alterações na mucosa oral, conjuntivite e edema de mãos e/ou pés.
Para além disso, houve alteração de alguns exames laboratoriais, que estavam elevados. Desse modo, 100% dos pacientes estudados estavam com o valor do dímero D alterado; 97% deles com alterações nos níveis de proteína C reativa, ferritina e procalcitonina. E mais, o quantitativo de interleucina 6 (IL-6) sérica estava modificado em 94% dos indivíduos.
Apesar da pesquisa ter sido de único centro e com uma pequena população, os resultados mostram a importância de conhecer os sinais e sintomas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica. Sobretudo, para os emergencistas e para os profissionais do atendimento primário, visto que, são a porta para o sistema de saúde. Além do mais, também foi de extrema relevância por relatar como essa complicação grave da Covid-19 se apresenta.