De acordo com a pesquisa Demografia Médica 2023, a Oftalmologia se encontra entre as 10 especialidades com o maior número de profissionais no Brasil, são ao total 17.967 médicos especialistas nesta área. Isso mostra que ela é uma das especialidades mais concorridas.
Se a Oftalmologia é uma residência que está na sua lista de opções, entender como é a rotina pode ser aquele diferencial que estava faltando na sua escolha. Por isso o Eu Médico Residente conversou com a R3 Marina Tenório. A residência dela ocorre no SEOPE (Serviços Oftalmológicos de Pernambuco). Para pleitear uma vaga nesse serviço de saúde ela precisou fazer a prova da SES-PE.
Como foi a escolha pela especialidade?
Marina decidiu pela medicina ainda no colégio, mais especificamente no Ensino Médio. A escolha pela Oftalmologia não foi fácil, ela ocorreu apenas no último ano do internato. Até então, a médica pensava em fazer essa especialidade e outras: Dermatologia, Radiologia e Ginecologia e Obstetrícia. Nos três primeiros anos da faculdade, por exemplo, a maior afinidade era pela Dermatologia - tanto que até participou de uma Liga Acadêmica na área. Foi no internato, com a vivência prática que ela se desencantou da área, e passou a se identificar com Ginecologia e Obstetrícia.
No entanto, a R3 conta que sempre teve a Oftalmologia como plano B. Como durante a faculdade ela não teve muito contato com a área, decidiu fazer o rodízio opcional do internato na ‘Oftalmo’, já no segundo ano, e assim tomou a sua decisão. “Eu rodei justamente no SEOPE, durante 15 dias, e gostei muito da área, me identifiquei bastante. E foi nesse momento que eu resolvi que realmente queria Oftalmologia. Até lá eu não sabia o que queria”, disse ela.
“Quando você vai para o internato sem saber qual área quer, você vai com uma cabeça muito mais aberta a querer aprender um pouco de tudo. Eu vejo muita gente que sabe o quer desde o primeiro período, mas acaba que você fica muito restrito a querer aprender só aquilo. Então, talvez se eu já soubesse que queria ‘Oftalmo’ desde o começo da faculdade, talvez eu tivesse me limitado a aprender um pouco mais de outras áreas”, afirmou a médica.
Apesar disso, Marina diz que a indecisão pela especialidade já no final da faculdade causava muita angústia, já que via todos os seus amigos já decididos sobre a especialidade. Pelo mesmo motivo, ela também se cobrava muito.
“Isso é uma coisa que eu levei muito como aprendizado, que não tem essa pressa, cada um tem seu tempo. Eu demorei um pouco mais para saber o que eu queria, mas graças a Deus que eu demorei e no final tomei a decisão certa, porque hoje eu me identifico com a área de Oftalmologia e não me arrependo de jeito nenhum de ter escolhido isso”, desabafou.
Carga horária e plantão
De acordo com a futura oftalmologista, a carga horária da especialidade respeita as 60 horas semanais. Isso porque a rotina da residência médica em Oftalmologia no SEOPE ocorre de segunda a sexta, das 7:30h às 17h, e não existe o esquema de plantão. Durante a semana também são realizados alguns seminários, que ocorrem no período da noite. Atividades aos sábados são raras, mas vez por outra ocorrem mutirões.
Rotina da residência médica
Ao longo dos 3 anos, o residente passa por rodízios como: oncoplástica, oftalmopediatria, estrabismo, córnea, lente de contato, retina e vítreo, uveíte, glaucoma clínico e cirúrgico e neuroftalmologia. Além de rodar na emergência oftalmológica, na UPA do Ibura, em Recife.
R1
Embora o primeiro ano da residência médica seja voltado apenas para o ambulatório geral, os residentes têm contato com os preceptores das subespecialidades, e podem tirar dúvidas quando necessário. São 10 turnos semanais, sendo 2 deles voltados para o bloco cirúrgico (cirurgia de pterígio). Aqui ele é acompanhado pelo R2 até a metade do ano, e depois segue fazendo o procedimento cirúrgico sozinho, juntamente com o seu R=.
O R1 também faz um curso básico preparatório para a residência médica em Oftalmologia durante 1 mês, já que não é uma área muito vista ao longo da faculdade de medicina.
R2 e R3
Os rodízios do segundo e terceiro ano da residência médica em Oftalmologia no SEOPE são os mesmos, a diferença está no período de duração dos ambulatórios específicos e de cirurgia.
R2
Falando mais precisamente do segundo ano, o futuro oftalmologista começa a realizar a facectomia extracapsular (técnica utilizada para a cirurgia de catarata) juntamente com o preceptor, além dos turnos de pterígio junto com os residentes do primeiro ano. Da metade para o final do R2 começam a realizar a facoemulsificação (cirurgia de catarata com ultrassom). Além disso, são 2 turnos de catarata e os demais turnos são divididos entre o ambulatório geral e os ambulatórios específicos.
R3
O último ano da residência médica no SEOPE é composto por apenas 1 turno de ambulatório geral e os outros turnos variam entre os ambulatórios específicos e bloco cirúrgico. Neste último são 2 turnos por semana de cirurgia de catarata e o restante dos turnos é dividido entre cirurgia de glaucoma, de plástica, de estrabismo e entre a parte de córnea e de retina.
Atividades teóricas
No R1 tem o curso de formação básica para a residência médica, já citado anteriormente, no qual o residente apenas fica como ouvinte. Ocorrem também seminários dentro de todas as subespecialidades, variando ao longo dos três anos.
Para mais, como ao final da residência existe uma cultura dentro da especialidade de fazer a prova de título do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), durante a formação os médicos fazem uma prova teórica (com questões abertas e fechadas) simulando a oficial, a cada 2 meses mais ou menos. Os assuntos que caem nessas provas correspondem ao rodízio no qual o residente está, sendo assim, ela é realizada sempre ao final de cada um deles.
O título do CBO não é uma exigência para exercer a Oftalmologia, entretanto, o profissional ganha uma credibilidade quando o possui, pleiteando melhores oportunidades de emprego.
Como se preparar para a residência médica em Oftalmologia na UPE?
A R3 Marina Tenório começou a preparação para a residência médica assim que entrou no internato. Ela sempre buscou conciliar os assuntos do curso preparatório com aquilo que estava sendo visto durante o período prático da faculdade. No primeiro ano do internato ela conseguiu estudar todos os assuntos e o segundo ano de estudo foi só de revisão dos resumos que haviam sido feitos.
A médica também focou bastante em fazer questões, dos assuntos e bancas as quais tinha interesse. Ela aproveitava os momentos livres do internato também para resolver questões. “Praticar questões para mim foi essencial. Era o que eu mais fazia”, disse Marina.
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