A escolha pela residência médica não é fácil, além de fatores como a remuneração profissional, a rotina também é um fator bem importante a ser observado. Para além disso, depois de definir a opção, é preciso se dedicar bastante aos estudos para obter a aprovação, principalmente, se for em uma especialidade de acesso direto bastante concorrida como a Ginecologia e Obstetrícia.
Um outro fator também deve ser levado em consideração, a banca para a qual você prestará prova. Por isso, o Eu Médico Residente conversou com mais um residente, Vitoria Albuquerque, R3 em Ginecologia e Obstetrícia no CISAM-UPE, que compõe o complexo hospitalar da Universidade de Pernambuco. Para ser aprovada, ela realizou a prova do processo seletivo de residência médica SES-PE.
Rotina da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na UPE
A intensidade da rotina e da carga horária variam de acordo com o período da residência médica. De acordo com Vitória, ao entrar na residência médica você recebe um cronograma mostrando como será todo o seu ano de residência.
Carga horária
A maioria dos rodízios da especialidade na UPE respeitam as 60 horas semanais especificadas na lei da residência. De acordo com a residente, no R1 a rotina costuma ser mais pesada, então alguns rodízios extrapolam um pouco a carga horária máxima. Já no R2 e R3 isso não acontece, nem há mais a permanência, responsabilidade dos residentes do primeiro ano.
Plantões
O primeiro ano da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no CISAM-UPE é composto por plantões de final de semana e feriado, na enfermaria de alto risco (2 plantões) e no alojamento conjunto (1 plantão), que também tem evolução de final de semana. Já no R2, eles já não existem mais, no entanto, tem plantão obrigatório na maioria dos rodízios, exceto em sala de parto e triagem. No terceiro e último ano os plantões ocorrem uma vez na semana, de segunda a quinta.
Quais os rodízios da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no CISAM-UPE?
A maioria dos rodízios são realizados no CISAM, mas alguns outros como sala de parto de baixo risco, que é do primeiro ano, e Mastologia, Cirurgia Oncológica e UTI Obstétrica, que são do último ano, ocorrem em outras unidades de saúde.
- Sala de parto de baixo risco: ocorre na Maternidade professor Barros Lima
- Mastologia: ocorre no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), que também faz parte do complexo da UPE
- Cirurgia Oncológica: ocorre no CEON-HUOC (Centro de Oncologia do HUOC)
- UTI Obstétrica: Hospital da Mulher
Veja a seguir detalhadamente quais são os rodízios que compõem cada um dos anos, e outros detalhes sobre eles:
R1
O foco do programa de residência do primeiro ano é a Obstetrícia.
- Sala de parto - 1 mês: rodízio de 60 horas
- Enfermaria de alto risco - 3 meses: tem permanência a tarde
- Alojamento conjunto - 2 meses
- Ambulatório - 1 mês: foco em pequenos procedimentos como inserção de DIU e pré-natal
- Enfermaria de Ginecologia - 2 meses: foco em patologias ginecológicas e pré e pós-operatório
- Triagem: 1 mês
- Sala de parto de baixo risco - 1 mês (rodízio externo)
R2
No R2 a formação se volta mais para a Ginecologia.
- Ginecologia - 3 meses: o R2 começa a fazer cirurgias de baixo (laqueadura, por exemplo) e grande porte (histerectomia, por exemplo)
- Sala de parto - 2 meses
- Enfermaria de alto risco - 2 meses
- Ambulatório: colposcopia (3 vezes na semana); Ginecologia Endocrinológica; Ginecologia Geral; Ginecologia Cirúrgica
- Triagem - 1 mês
- 1 mês de opcional
R3
No último ano o foco é total nas subespecialidades da Ginecologia e Obstetrícia.
- Ultrassonografia: foco principal na Obstetrícia
- Mastologia
- Cirurgia Oncológica
- Colposcopia
- Telemedicina
- Histeroscopia e videolaparoscopia - 1 mês
- Uroginecologia - 1 mês
- UTI Obstétrica (Hospital da Mulher) - 1 mês
- Ginecologia - 2 meses: foco na Ginecologia Cirúrgica
- 1 mês de opcional
Atividades teóricas
Durante os 3 anos, ocorrem reuniões clínicas semanais, apresentadas por um residente de qualquer um dos anos. Nela são expostos casos desafiadores ou que tiveram algum desfecho negativo. Além de apresentar, ele também faz uma revisão de literatura. Além disso, na terça-feira e quarta-feira são realizados os seminários obrigatórios da residência. O objetivo é revisitar os assuntos mais comuns dentro da Ginecologia e Obstetrícia, que são apresentados pelo R1 e R2.
Como foi a escolha pela especialidade?
Graduada pela Universidade de Pernambuco (UPE), a R3 em Ginecologia e Obstetrícia no CISAM-UPE, Vitoria Albuquerque, teve a formação antecipada em 6 meses por causa da pandemia. Em 2020, quando se formou, embora estivesse estudando para a prova de residência médica, não sabia qual especialidade seria a sua escolha.
Para tentar tomar essa decisão, durante o internato de medicina optou por estágios opcionais em especialidades que tinha interesse (Cirurgia Geral e Mastologia), mas por causa da antecipação de sua formatura, não conseguiu passar por esses rodízios. “Na época eu fiquei bem perdida. Eu não conseguia estudar, porque eu não sabia nem para o que estava estudando, na realidade”, disse ela.
A escolha pela especialidade aconteceu ainda no final da graduação, quando ela passou pelo rodízio obrigatório em Cirurgia Geral, no Hospital Barão de Lucena. O contato com as pacientes operadas por causa de cânceres ginecológicos, fez com que tivesse certeza de que seria especialista em Ginecologia e Obstetrícia.
“Gostei do tipo de paciente, do contato… enxerguei de uma forma diferente”, afirmou. No entanto, vale salientar que a especialidade havia sido descartada por ela anteriormente, já que a mãe é ginecologista e a rotina de trabalho não agradava.
Como foi a preparação para a residência médica?
A R3 não foi aprovada da primeira vez que tentou fazer a prova de residência médica, em 2020, pois, embora tivesse começado a preparação, decidiu pela especialidade já no final do ano, quando os editais começam a ser liberados. Além disso, como teve que fazer parte da linha de frente, acabou perdendo o ritmo de estudo e não conseguia conciliar o trabalho com os estudos.
No ano seguinte, em 2021, no primeiro semestre, ela ainda não estava focada em fazer a SES-PE, mas já havia iniciado a preparação para a residência médica. A atenção total para a banca veio no segundo semestre, em julho, quando ela iniciou o intensivo do Eu Médico Residente, contratou uma mentoria e diminuiu a carga horária de trabalho de 36 horas para 12 horas.
De acordo com Vitoria Albuquerque, como tinha menos tempo de preparação do que outros alunos, estudava todos os dias (inclusive aos finais de semana e feriados), durante 7 horas ou 8 horas. Ela assistia às aulas e fazia muitas questões, e, também, estudava somente por questão, anotando sempre onde estava errando.
Dessa maneira, a futura especialista achou que o seu desempenho aumentou:
Isso que eu acho que fez o meu desempenho melhorar muito na prova em si, sabe. Antes eu estudava muito fazendo resumo, e ao fazer questão eu notava que não ia tão bem. E aí, depois que eu comecei a estudar por questão, a métrica melhorou muito, sabe.
Com a prova da SES-PE marcada para janeiro, na reta final o foco passou a ser a resolução de provas. Então ela aproveitou o banco de questões do Eu Médico Residente e começou a fazer provas da banca que tinha escolhido e de algumas outras como da SURCE e SUS-SP. Esse foi o caminho descrito pela médica até alcançar a sua aprovação.
Descubra o segredo da aprovação na residência médica
Ao ser questionada sobre a sua preparação, a médica Vitoria Albuquerque falou ter feito o intensivo do Eu Médico Residente. Mas para você que está começando a sua preparação agora, o ideal é fazer um curso extensivo, que também faz parte do escopo do preparatório.
Ele conta com aulas com cerca de 10 minutos de duração cada, com um direcionamento específico para a sua banca, que podem também ser assistidas offline ou ter apenas o áudio disponibilizado. Além disso, como estudar por questões é essencial, temos um banco de questões com mais de 50 mil questões comentadas em vídeo e texto, simulados de fixação, simulados semanais e simulados personalizados, além de disponibilizarmos questões na própria apostila.
Um outro benefício é o caderno de erros. Com ele, é possível colocar em que lugar você está errando na própria questão, para que você possa facilmente resgatar as suas anotações. O Medtrack também é outro benefício. Ele vai ser o seu mentor durante a preparação para a residência médica, dizendo quando estudar e por onde estudar. Para além dessas, muitas outras ferramentas para te auxiliar a conseguir a aprovação na residência médica você encontra nos cursos preparatórios do Eu Médico Residente.
Dicas para futuros residentes
O primeiro de tudo é você ter em mente qual é o seu maior objetivo (...) são cada vez mais médicos, cada vez a concorrência é maior e mais preparada. Então o quanto antes o objetivo for estabelecido mais fácil vai ficando (...) Eu acho que assim, primeiro é você ter o objetivo, e [depois] traçar as metas para atingi-lo.
Para Albuquerque, ter uma rede de apoio também é algo essencial, já que isso permitiu melhorar a qualidade dos estudos. Continuar a fazer outras atividades que não apenas estudar também é uma outra dica. “No ano que passei, fazia academia, fazia dieta e aula de música. As coisas que estavam ao meu redor e que me mantinham saudável e bem para estudar eu mantive”, revelou a médica.
Como dica final, a futura ginecologista e obstetra deixou claro:
Siga o seu objetivo, foque bastante. Escolha um curso [preparatório para a residência médica] que dê a você, principalmente, um banco de questões muito bom. Acho que isso é o mais importante, é focar em questão (...) porque no fim das contas a prova é questão e vai ser aprovado quem acertar mais questões.
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