Entrevista
Publicado em
31/5/23

Saiba como é a rotina do internato de medicina na Uninove

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Saiba como é a rotina do internato de medicina na Uninove

Se você é estudante de medicina ou pretende entrar no curso, provavelmente conhece e sente vontade de entrar no internato o mais rapidamente  possível. A fase, que dura os dois últimos anos da graduação, é a época mais prática de toda a faculdade. Nela o interno poderá rodar entre hospitais e clínicas de sua cidade, normalmente conveniadas à instituição de ensino, e acompanhar casos e pacientes de perto.

No Eu Médico Residente Entrevista de hoje, conversamos com Genifer Valente, estudante do quinto ano de medicina da Universidade Nove de Julho, a Uninove, na unidade de Mauá, localizada no estado de São Paulo. A estudante tem 25 anos e nos contou mais sobre como é a rotina e experiência de cursar o internato de medicina pela Uninove. Venha conhecer!

Como é o estágio durante o internato de medicina?

Estando no começo do internato de medicina, Genifer estagiou apenas na Clínica Médica e na Pediatria. Falando especificamente sobre as atividades realizadas, ela conta que o grupo em que está tem a oportunidade de fazer de tudo - sempre com supervisão de preceptores - examinar pacientes, auxiliar em partos e na instrumentalização de cirurgias, por exemplo.

“Eu comecei o internato este ano [2023]. Lá na faculdade ele é dividido em módulos, eu fiz o primeiro módulo, que foram cinco semanas de Clínica Médica - rodamos em UTI, enfermaria, toda a clínica - e agora estou na Pediatria, que é dividida entre a um e a dois. A que estou passando agora vemos Neonatologia, acompanhamos sala de parto, reanimação neonatal e já na próxima é a ‘Pediatria normal’, com UBS, enfermaria e crianças já após os 28 dias”, diz a interna.

Valente prossegue falando sobre o estágio no qual se encontra durante o quinto ano de graduação:

Agora na Pediatria estamos na sala de parto, e como os preceptores são mais abertos, a gente pega o neném, faz respiração se necessário, seca, faz todo o procedimento com a supervisão. Por exemplo, na enfermaria examinamos o paciente e montamos toda uma conduta e o preceptor vem e fala se é isso mesmo ou se mudaria algo”.

Sobre qual rodízio gostou mais, Genifer relata que preferiu a experiência no centro cirúrgico:

Passamos por um hospital que fomos para a sala de partos e ficamos no centro cirúrgico. Então, outros médicos que nem eram nossos preceptores nos chamavam para a cirurgia quando não tinha nada para fazer relacionado a Pediatria, então gostei muito”, confessou Valente.

Ela também deixou claro que o estágio - ao longo do seu pouco tempo no internato - que menos gostou foi a Pediatria ambulatorial, de UBS, afirmando ser “um pouquinho mais maçante”. Isso porque, as atividades são repetitivas, no entanto, apesar de ter gostado menos, por causa do aspecto citado anteriormente, no geral, ela gostou.

Como é a carga horária?

É bem variável. Essa semana, por exemplo, teoricamente devemos ficar de 7H às 17H, mas se tem alguma intercorrência ficamos mais”, afirma Genifer. E foi o que acabou acontecendo, a entrevista precisou ser remarcada para o dia seguinte ao que estava planejado, porque um parto em que ela estava presente teve uma intercorrência. Sobre o episódio, a interna contou com humor que em casos como esse o interno de medicina só fica mais tempo [do que o padrão da carga horária]. “Tem dias também que a gente acaba saindo mais cedo, saindo no horário padrão, então existe essa variabilidade”, relatou.

A estudante falou também que algumas instituições de saúde pela qual passou dão uma folga durante a semana, mas que isso não é padrão. Genifer nos contou também que  não tem mais nenhuma aula teórica, o que representa uma mudança em relação ao oitavo período, onde tinha pelo menos uma ou duas na semana.

Genifer Valente  está no nono período de medicina pela Uninove. Foto: Reprodução/Acervo Pessoal
Genifer Valente  está no nono período de medicina pela Uninove. Foto: Reprodução/Acervo Pessoal

Instituições de Saúde 

A Uninove é uma instituição privada e não possui um Hospital-Escola próprio, assim os estudantes de medicina da universidade fazem os estágios em unidades de saúde conveniadas e costumam passar de duas a três semanas em cada local.

“Normalmente são hospitais públicos, alguns particulares, mas são poucos. Então, por exemplo, agora estou no Nardini [Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini] e vou passar duas semanas, depois ficarei no Nardini e em uma Unidade Básica de Saúde, depois vou para o Vergueiro [Hospital Alemão Oswaldo Cruz - Vergueiro], então conhecemos diversos hospitais”, disse ela.

Contato com profissionais

O internato é ainda uma das primeiras chances de construir networking e conhecer diferentes profissionais da medicina, e o contato mais forte dos internos com outros médicos se dá através de preceptores - médicos designados para supervisionar e auxiliar os internos durante os estágios do internato. Sobre a sua experiência com os profissionais Genifer Valente contou que a relação com eles é boa na maioria das vezes, mas que alguns não possuem muito o feeling do ensino: “a gente aprende muito o que fazer e o que não fazer”, afirmou.

E continuou:

“Temos o contato de preceptores que são mais abertos. Passamos pela Clínica Médica faz algum tempo e a preceptora ficou muito nossa amiga. Estamos fazendo um trabalho sobre relato de caso e ela está nos ajudando, super aberta e disponível. Sempre rola essa troca. Então, pode acontecer de ela nos chamar para ajudar com o plantão, atendendo  o pronto-socorro do hospital e se a gente quiser podemos ir lá e acompanhar. Então sempre rola essa troca sim.

Como é a preparação para a prova de residência médica durante o internato de medicina?

Apesar da dúvida em relação a qual residência médica fazer, a doutoranda já está se preparando para a residência médica. “A prova é uma só, então a gente vai estudar”, conta entre risos. Independentemente de qual curso escolher, ela irá cursar uma especialidade de acesso direto, já que nunca fez uma residência médica, e as provas dessa modalidade são as mesmas para todos os cursos, variando o número de questões a depender da banca mas sempre sobre as cinco áreas básicas da medicina.

Já sobre sua rotina de estudos, a interna estuda ao chegar do estágio:

Tem estágio que é mais tranquilo, dá pra dar uma lida mas eu não costumo render muito fora de casa, gosto de sentar aqui e estudar”. Genifer não faz nenhum curso para residência médica e nos contou que estuda de acordo com o estágio que está fazendo, revisando Clínica Médica ao fazer estágio nesta área, por exemplo. “Eu acabo tentando direcionar meu estudo de acordo com o estágio em que estou (...) mas preciso ver mais áreas [áreas básicas da medicina] em menor tempo e me organizar ainda”, afirma.

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