A Otorrinolaringologia não é muito vista durante a faculdade de medicina, conhecimento de outras especialidades são priorizados. Então a escolha por esta área se torna ainda mais difícil. Sendo assim, para você entender melhor sobre o funcionamento da especialidade, principalmente sobre como funciona no IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), localizado em Recife - PE, conversamos com a R3 Gabriela Silvestre.
Para ser aprovada nesta instituição, a médica fez a prova de residência médica SES-PE. Ela relata que são disponibilizadas 3 vagas por ano, duas vagas para a residência médica e uma para especialização, mas a rotina é a mesma para todos eles. Para mais, deixou claro também que um grande diferencial da residência no IMIP é o grande número de ambulatórios e a grande carga horária cirúrgica. Na instituição também é disponibilizado um fellowship em otorrinopediatria. Mais detalhes é possível conferir ao longo do texto.
Rotina da residência médica em Otorrinolaringologia no IMIP
A rotina da residência é bastante rica em todos os sentidos, principalmente porque os residentes estão próximos aos profissionais da Odontologia, da Fonoaudiologia e outros profissionais que lidam com alterações morfológicas faciais.
É uma residência com bastantes oportunidades de realizar cirurgias, em sua maioria eletivas, o que permite ter uma boa curva de aprendizado. Sendo assim, observando a demanda do serviço e a própria necessidade, o residente observa qual a sua maior dificuldade e escolhe a cirurgia para reforçar o seu aprendizado.
No R1 são realizadas, sobretudo, três cirurgias: amígdala, adenoide e tubo de ventilação. No R2: laringe, desvio de septo e cirurgia do ouvido, mais especificamente tímpano. Já no
R3 a complexidade das cirurgias aumentam e são realizados procedimentos como: fístula, base de crânio e polipose.
Carga horária
De acordo com a residente do último ano de Otorrinolaringologia no IMIP, a carga horária é pesada, mas não quando comparada a outras especialidades como Cirurgia Geral ou Ortopedia. As atividades ocorrem de segunda a sexta, pela manhã e à tarde. Mais especificamente no R1 é preciso fazer evolução de final de semana, no turno da manhã, e é feito um rodízio entre os médicos residentes.
No IMIP não tem serviço de urgência, mas os residentes lidam com outros tipos de urgência: de parecer e dos pacientes cirúrgicos da unidade de saúde. Para mais, não existe esquema de plantão, mas os residentes ficam de sobreaviso.
Quais os rodízios da residência médica em Otorrinolaringologia no IMIP?
No primeiro ano todos os rodízios acontecem no IMIP, exceto pelo rodízio de urgência, que ocorre no Hospital Agamenon Magalhães. No segundo ano o padrão é o mesmo, e os rodízios externos ocorrem no Hospital do Câncer de Pernambuco (ambulatório de Cabeça e Pescoço). Já no terceiro e último ano o rodízio externo ocorre no Hospital da Restauração (base de crânio).
Todos os residentes seguem juntos durante os três anos. Segundo a médica, “o que vai mudar basicamente são as funções de cada um no ambulatório e as cirurgias”. Veja a seguir quais são os rodízios e alguns detalhes sobre eles:
- Otorrinopediatria: a parte de via aérea pediátrica é extremamente rica
- Otoneurologia: distúrbio de tontura e zumbido são afecções comuns
- Rinologia: são vistos casos mais complexos da área, indicação de cirurgia, pós-operatório e cirurgia de base de crânio
- Sono: trata, principalmente, dos distúrbios do sono
- Otologia: atende a um grande número de pacientes e são realizadas bastantes cirurgias, também faz implante coclear e exames eletrofisiológicos
- Laringe: distúrbios da voz e de deglutição são alguns dos problemas mais vistos
- Ambulatórios gerais: como o IMIP é uma instituição assistencialista, então nesses ambulatórios é feita uma triagem para saber qual o melhor encaminhamento para o paciente
- Bloco cirúrgico: o rodízio acontece todos os dias, sendo ao total de 12 a 13 horários ao longo da semana
Atividades teóricas
Ao longo da residência médica em otorrinolaringologia no IMIP ocorrem seminários uma vez na semana, onde os STAFFS e residentes de todos os anos estão presentes, e ocorrem discussões em cima do tema exposto. Para além disso, como os ambulatórios funcionam de forma especializada, em cada um deles ocorrem discussões específicas, seja de artigo, seminário sobre um determinado assunto que os médicos têm mais dificuldade ou até mesmo casos apresentados.
Como foi a escolha pela especialidade?
A escolha pela especialidade de Gabriela ocorreu ainda no internato. Ela se formou durante a pandemia pela Universidade de Pernambuco, e atuou durante 1 ano como generalista após estar formada, já que não obteve a aprovação na residência médica assim que terminou a graduação.
“Eu passei a faculdade toda acreditando que eu iria exercer a Pediatria”, disse ela, é tanto que sempre fez trabalhos mais relacionados a área, e até participou da liga de Pediatria. No entanto, na época do internato as coisas mudaram, a médica começou a enxergar novos horizontes, passou a pensar em outras possibilidades.
Dentre essas possibilidades estava a Otorrinolaringologia, que é pouco vista durante a graduação. Por isso, a R3 decidiu fazer o rodízio opcional na área. E assim descobriu o quão rica e ampla era a especialidade, com bastantes cirurgias e atendimento ambulatorial. Além disso, nela também é possível fazer o atendimento do público infantil, que tanto chama a atenção de Gabriela.
Os fatores listados acima foram preponderantes para a escolha pela residência médica em Otorrinolaringologia. “Ainda no ano trabalhando eu fiquei meio na dúvida, se ‘botaria’ Pediatria, Otorrino ou alguma outra coisa (...) mas acabei optando por Otorrino mesmo e não me arrependo” deixou claro.
Como foi a preparação para a residência médica?
O desejo da médica sempre foi terminar o internato e começar a fazer a residência médica, por isso começou a estudar já nos períodos finais da faculdade, mas não foi aprovada na SES-PE, que era a sua primeira opção. Entretanto, ela foi aprovada no SUS-BA em Otorrino, mas optou por não ir.
Neste ano, a estratégia dela era fazer simulados e provas de outras bancas que não as da SES-PE. Vendo que não deu certo, ela começou a focar a sua preparação para a residência médica da SES-PE, fazendo o Eu Médico Residente.
“Graças a Deus na nossa área a gente tem muita oportunidade de trabalho, então se você decide manter uma rotina de estudo, você não está automaticamente excluída de trabalhar, ganhar experiência e juntar e fazer seu dinheirinho”, explicou.
Com isso, a R3 disse que no início do ano conciliava os estudos com 36 horas de plantão, alternando entre plantões diurnos e noturnos, e às vezes chegava no máximo a 48 horas. Com a proximidade da prova, a carga horária de trabalho foi diminuindo até chegar a 24 horas semanais.
Ao longo da sua preparação a futura otorrinolaringologista assistia às aulas, lia as apostilas e fazia bastantes questões, sendo esse o principal diferencial para ela. Além disso, já na reta final, aumentou o número de simulados para pelo menos dois simulados na semana, e fez revisão.
Descubra o segredo da aprovação na residência médica
Um preparo adequado para a residência médica é um grande diferencial na sua aprovação. Por isso, no próximo dia 03 de junho começam as aulas dos cursos intensivos do Eu Médico Residente. Elas duram cerca de 10 minutos e ficam disponíveis na nossa plataforma de métricas, capaz de mostrar o seu desempenho, e, assim, elaborar simulados e revisões adequados às suas necessidades. Tudo isso para que você chegue na prova com todos os assuntos na ‘ponta da língua’.
Além disso, a nossa inteligência artificial mostrará o que você deve estudar e por qual meio deve ser feito, ou seja, ela monta um cronograma de estudos para você. Sendo assim, o chamado medtrack, funciona como o seu mentor virtual.
Dentre os benefícios também está um banco de questões com mais de 50 mil questões, pois o Eu Médico Residente sabe bem qual a importância da resolução de questões e simulados durante a preparação. Por esse mesmo motivo também os cursos são compostos por simulados de fixação e simulados semanais. Esses e muitos outros benefícios podem ser encontrados nos cursos intensivos do Eu Médico Residente.
Dicas para futuros residentes
“Vale a pena fazer residência (...) Às vezes a gente fica meio desestimulado com a profissão, com a prova, com a concorrência, com o próprio mercado, mas eu acho que independente de qualquer coisa precisamos atentar ao valor agregado quando a gente decide se especializar em alguma coisa. Não só o valor de mercado, mas o valor que você vai gerar para os seus pacientes, para sociedade, para comunidade, afirmou a R3 Gabriela Silvestre”
A médica residente do IMIP ainda relatou que apesar de a residência ser “puxada e difícil para passar” e de algumas áreas não ter uma remuneração tão boa, e isso acabar desestimulando alguns médicos, existe um crescimento expressivo ao fazer a residência médica na área de escolha. O médico se torna mais capacitado também, segundo ela.
“Vale a pena parar para estudar. Às vezes a gente fica atordoado com a rotina, a gente se perde um pouco no caminho, mas vale a pena parar para estudar. É um ano de abdicação, de esforço, de muitos obstáculos, mas vale a pena parar para estudar, deixou claro”
Para quem, assim como ela, não for aprovado na residência assim que sair da graduação, a mensagem é para não desistir, apesar disso ser desestimulante. Ela indica que seja feita uma reorganização da rotina, do estudo e do trabalho, pois aos poucos as coisas começam a dar certo. Além disso, a R3 deixou um último recado para quem vai prestar a residência médica: “acreditar no processo e acreditar que é capaz”.
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