A roséola infantil, também conhecida como exantema súbito e sexta moléstia, é uma doença comum da infância causada por um herpesvírus. Tipicamente, acomete lactentes de 6 a 12 meses de vida, sendo mais de 90% dos casos em crianças com menos de 2 anos. Ela é responsável por 10% a 45% das doenças febris na infância.
Neste post iremos abordar a temática, os seus sintomas e como tratar!
O que é roséola infantil?
A roséola infantil é uma doença infecciosa comum na infância, causada pelo herpesvírus humano 6 (HHV-6) ou, menos frequentemente, pelo herpesvírus humano 7 (HHV-7). É caracterizada por um exantema súbito e febre alta. O HHV-6 é um patógeno da família Herpesviridae, com grandes semelhanças com o citomegalovírus. A variante B do HHV-6 é a principal responsável.
Epidemiologia
Foi visto que o HHV-6 é responsável por cerca de 10% a 45% das doenças febris em crianças nos EUA, sendo 40% em crianças abaixo de 12 meses e 77% em crianças abaixo de 2 anos de idade.
A roséola infantil tem distribuição semelhante entre homens e mulheres e é mais comum em crianças com irmãos mais velhos. O pico de incidência ocorre na primavera e outono e a transmissão ocorre por meio de gotículas de saliva infectada.
Cerca de 50% a 60% das crianças são soropositivas para HVH-6 aos 12 meses e quase 100% aos 3 anos. A idade média de aquisição do vírus é de 9 meses.
Sintomas de roséola
O quadro clínico da roséola infantil se inicia com febre alta súbita, podendo chegar a 40°C, que dura cerca de 3 a 5 dias. Cerca de 2/3 dos pacientes apresentam também as manchas de Nagayama, que são manchas eritematosas no palato mole e na úvula. Durante essa fase, pode aparecer ainda mal-estar, conjuntivite, edema orbital e inflamação do tímpano.
Linfadenopatia, irritabilidade, anorexia, moleira protuberante, diarreia e tosse também podem estar presentes. Posteriormente, a criança passa por um rápido processo de defervescência, iniciando a segunda fase, onde passam a surgir pequenas pápulas e máculas rosadas, não pruriginosas.
Pode ser visto um halo pálido ao redor das máculas e pápulas. Normalmente, a erupção se inicia no tronco e se espalha para o pescoço, extremidades e face. Essa fase costuma persistir de 1 a 2 dias.
Devido ao quadro de febre alta e a capacidade do vírus de atravessar a barreira hematoencefálica, cerca de 15% das crianças têm convulsão febril durante a fase febril da doença.
O contágio ocorre durante a fase de viremia, principalmente no período febril da doença. O período de incubação da doença varia entre 5 e 15 dias.
Diagnóstico da roséola infantil
O diagnóstico da roséola infantil é clínico. Exames laboratoriais não são necessários, mas podem ajudar no diagnóstico. As crianças infectadas costumam ter elevada contagem de células de leucócitos, que gradualmente retornam ao normal em um período de 7 a 10 dias.
A indicação da infecção primária se dá somente com a identificação do vírus no sangue periférico. Testes para a identificação de anticorpos podem ser efetuados. Porém, não são tão fidedignos devido à possibilidade de infecções crônicas com reativações.
O diagnóstico diferencial inclui sarampo, rubéola, escarlatina e reações alérgicas a medicamentos.
Como tratar a roséola infantil?
O tratamento específico para roséola não é necessário, já que é uma infecção autolimitada e geralmente pouco grave. O tratamento é de suporte com repouso, ingestão de líquido e antipiréticos.
Em indivíduos imunocompetentes, o HHV-6 provavelmente permanecerá latente. A reativação do vírus pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos. Crianças com câncer ou transplantadas têm maior risco de reativação.
Prevenção
Atualmente, não há vacinas para o vírus. A prevenção se dá por meio da higiene pessoal e lavagem adequada das mãos.
Conclusão
A roséola infantil, ou exantema súbito, é uma doença exantemática típica da infância, causada pelo HHV-6 e HHV-7. Normalmente é leve e autolimitada, caracterizada por quadro de febre alta e rash cutâneo. Algumas crianças podem apresentar crise convulsiva febril. O diagnóstico é clínico e o tratamento é apenas de suporte, com sintomáticos.
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FONTES:
- Mullins TB, Krishnamurthy K. Roseola Infantum. [Updated 2022 Aug 21]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-.
- CASTRI, Roberta. Exantema súbito (roséola ou sexta doença). PUBMED. 2022.