A Neurologia é uma das 20 especialidades com mais profissionais do Brasil. De acordo com o demografia Brasil 2023, existem 6.776 neurologistas no país. Ela é considerada uma das especializações mais complexas da medicina, já que estuda todo o sistema nervoso central, periférico e autônomo.
O neurologista é um dos profissionais médicos de mais relevância. Isso porque, doenças como o derrame cerebral e o mal de Alzheimer e outras demências estão entre as 10 principais causas de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Por isso, a residência médica em Neurologia exige que o médico seja muito observador e curioso. Além disso, ele precisa ter um amplo conhecimento sobre áreas como anatomia e fisiologia, para fazer o seu trabalho com excelência.
Sendo assim, neste texto você encontrará informações como a rotina do residência em neurologia, o mercado de trabalho, as áreas de atuação e as características de um residente em Neurologia.
O que é Neurologia?
Para receber o título de médico neurologista é preciso fazer a residência médica em Neurologia. Ela é uma especialização de acesso direto e tem duração de 3 anos. No Ceará, as especializações em neurologia clínica reconhecidas pela Academia Brasileira de Neurologia estão localizadas no Hospital Geral de Fortaleza e no Hospital Universitário Walter Cantídio da UFCE.
Em São Paulo são muitos os lugares credenciados, incluindo a Faculdade Medicina da UNICAMP, a UNIFESP e o Hospital Israelita Albert Einstein. Mas afinal, o que é a Neurologia? É uma área médica que visa estudar o sistema nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos e músculos) e a sua relação com o organismo humano.
Mas, não só isso, o neurologista tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento dos distúrbios relativos ao sistema. Por isso o seu dia a dia exige muito estudo e dedicação.
Quais as características de um Neurologista?
Duas características são fundamentais para um neurologista: ser observador e curioso. Isso porque, quaisquer movimentos ou atitudes dos pacientes podem influenciar diretamente no diagnóstico. Assim, eles devem ser observados desde a hora que são chamados para a consulta na sala de espera.
Além disso, em todos os atendimentos feitos a semiologia neurológica é imprescindível. Então, a curiosidade na hora de fazer a anamnese e o exame neurológico se faz muito presente. Os dois devem ser feitos minuciosamente e com bastante atenção aos detalhes, por isso demandam um tempo considerável, exigindo também paciência do profissional.
A investigação deve ser bem detalhada, a fim de extrair o máximo de informações possíveis. Vale lembrar que a semiologia neurológica é fundamental para o trabalho do neurologista. Ela é o pilar da Neurologia.
Nessa área, geralmente os indivíduos e seus familiares lidam com diagnósticos, com procedimentos difíceis. Então o médico precisa ser sincero, compassivo, persistente e empático.
Ademais, para conseguir identificar ou descartar com propriedade alguma doença neurológica, o profissional precisa ter um vasto conhecimento em anatomia geral e neuroanatomia. E ainda, em fisiologia, patologia, clínica médica e farmacologia.
Como é a residência médica em Neurologia?
A Neurologia é uma área que exige bastante conhecimento do profissional. Foto: reprodução/ShutterStock
Para se tornar um residente em Neurologia é preciso escolher o concurso de residência médica que atende aos seus anseios e fazer a prova de acesso direto oferecida por ele e passar pela análise curricular, exigida por algumas bancas.
Assim como a rotina do neurologista, a do residente em Neurologia também precisa de muita dedicação e de muito estudo, uma vez que ele está sendo formado para exercer a profissão. Desse modo, o primeiro ano da residência médica em Neurologia é voltado para a Clínica Médica. Os residentes rodam em ambulatórios, enfermarias, urgências, unidades básicas e UTI’s de áreas mais gerais como: Cardiologia, Clínica Geral, Infectologia e Pneumologia.
Já o segundo e o terceiro ano da especialização é voltado para a Neurologia em si. Então tem rodízio na emergência e enfermaria neurológica, nas unidades de internação e urgências. E ainda, é possível passar por rodízios opcionais, que não fazem parte do conteúdo programático, mas visam complementar a jornada acadêmica.
Os residentes não só passam pela prática. A residência médica em Neurologia também conta com um conteúdo teórico que pode envolver, dentre outras coisas, discussão de casos clínicos vivenciados no serviço, apresentações e clubes de revistas.
O que estudar para ser um residente em Neurologia?
Para ser um residente nesta área é preciso fazer o curso de Medicina e posteriormente prestar prova para a residência médica em Neurologia na banca de sua escolha. O seu preparo para a residência deve abarcar conteúdos das cinco grandes áreas da medicina: Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral e Medicina Preventiva e Social.
Agora, com a resolução CNRM nº 17, a prova também vai abordar assuntos sobre a Saúde Coletiva e Medicina da Família e Comunidade. Sabendo disso, os cursos extensivos do Eu Médico Residente já estão com os seus conteúdos direcionados para as novas exigências do CNRM.
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Mercado de trabalho e Remuneração
No início da carreira o médico neurologista atua em plantões de emergência ou em enfermarias especializadas. E, também, pode montar o seu próprio consultório. Mas deve ter cuidado, pois para quem ainda não tem uma demanda de pacientes considerável, essa não é uma boa opção.
Ele pode atuar nos hospitais, centros de saúde, clínicas neurológicas e em prontos-socorros do setor público ou privado. Quem opta pelo setor público tem como desvantagem a remuneração, considerada cerca de 17% menor quando comparada ao valor recebido na rede particular. No entanto, a estabilidade e a jornada de trabalho menor podem ser uma vantagem.
O dia a dia do neurologista é repleto de muito estudo e diagnóstico. Como já dito anteriormente, a anamnese e os exames físicos são essenciais para a atuação desse profissional. Quando necessário também são solicitados exames de imagem para a confirmação diagnóstica.
As doenças neurológicas que atingem o sistema nervoso central e periférico são de competência da especialidade.
Quanto ganha um neurologista?
Conforme a pesquisa supracitada, o neurologista fatura em média R$5.623,41, por uma jornada de trabalho de 17 horas semanais. Ela aponta ainda que o teto salarial da especialidade pode chegar a R$12.124,75 por mês.
O sudeste é a região com maior número de profissionais, ela tem um pouco mais da metade dos profissionais, possuem 52,8% dos 6.776 profissionais brasileiros. Há um certo equilíbrio entre neurologistas masculinos (56,5%) e femininos (43,5%). A média de idade desses especialistas é de 47,8 anos.
Quais as áreas de atuação para um neurologista?
As áreas de atuação para a Neurologia são muitas, e, dentre outras coisas, ajudam a melhorar a assistência prestada ao paciente. Algumas delas estão listadas abaixo:
- Radiologia intervencionista: realiza procedimentos e intervenções cirúrgicas minimamente invasivas;
- Neurologia vascular: auxilia no diagnóstico de doenças cerebrovasculares, relacionadas a circulação sanguínea no cérebro e na medula, por exemplo;
- Neurofisiologia: responsável pela investigação especializada, por realizar e interpretar os achados nos exames solicitados;
- Neurogenética: estuda o papel desempenhado pela genética na formação e funcionamento do sistema nervoso.
Além dessas, o neurologista também pode atuar nas seguintes áreas:
- Cefaleias
- Cognição e demências
- Distúrbios da dor
- Distúrbios do movimento
- Distúrbios do sono
- Distúrbios somatoformes
- Doppler transcraniano
- Epileptologia
- Hansenologia
- Nervos periféricos e músculos
- Neuroimunologia
- Neuroinfectologia
- Neurologia pediátrica
- Neuroncologia
- Neurorradiologia
- Neurovestibular
Para saber ainda mais detalhes sobre a atuação profissional e a residência médica em Neurologia, conversamos no EMRCast com Neurologista Breno Barbosa. Confira a seguir:
Conclusão
As áreas de atuação para o neurologista são muitas e o mercado de trabalho também é bastante amplo. A Neurologia é uma especialidade médica em que é preciso fazer investigações profundas, pois qualquer detalhe pode influenciar diretamente no diagnóstico. Além disso, a paciência para buscar o diagnóstico é essencial, pois muitas vezes ele necessita de bastante tempo, devido à complexidade dos casos.
Isso se reflete na residência em neurologia, já que por meio dela serão formados os especialistas. Assim é possível ver que a formação não é nada fácil, exigindo muito estudo, observação e raciocínio clínico. É uma área para quem gosta de desafios.
Leia mais:
- Neurocirurgia: O que é, rotina, residência médica e mercado de trabalho
- Residência em Ortopedia e Traumatologia: O que é, o que estuda, rotina e mercado de trabalho
- Residência médica em Cirurgia Geral: rotina e remuneração