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Publicado em
19/4/23

Residência em Endocrinologia: O Que É, Áreas de Atuação, Rotina e Remuneração

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Residência em Endocrinologia: O Que É, Áreas de Atuação, Rotina e Remuneração

A endocrinologia é uma especialidade clínica cada vez mais procurada na área médica: para se ter uma ideia em 2012 existiam pouco menos de 3.500 especialistas em todo o país e, já em 2022, o número pulou para mais de 6.700, um aumento de mais de 90% do número de médicos formados na área.

Nesse texto falaremos sobre a especialidade, como é a sua residência, o mercado de trabalho e remuneração do especialista. Vem conhecer mais sobre a 4º especialidade médica com maior presença feminina, cerca de 72% dos médicos endocrinologistas são mulheres, segundo dados da pesquisa Demografia Médica 2023!

O que é Endocrinologia?

Em sua rotina, o residente passa por atividades práticas nos ambulatórios e nas enfermarias, assim como nos laboratórios. Foto: Reprodução/Adobe Stock
Em sua rotina, o residente passa por atividades práticas nos ambulatórios e nas enfermarias, assim como nos laboratórios. Foto: Reprodução/Adobe Stock

A Endocrinologia é uma área clínica da medicina que estuda as glândulas e os hormônios do sistema endócrino, que auxiliam no metabolismo, na reprodução humana e no desenvolvimento e crescimento corporal. Ela forma profissionais responsáveis por cuidar do nosso metabolismo, estudando as glândulas endócrinas, suas funções e tratando transtornos, os médicos endocrinologistas.

A área lida com doenças que possuem uma alta prevalência entre a população, e por isso interage com várias outras especialidades como: Ginecologia e Obstetrícia, Gastroenterologia, Cardiologia e Reumatologia. Durante a especialização os residentes são treinados não só para ter conhecimento técnico para cuidar dos pacientes, como também para saber escutar e fazer as perguntas certas, a fim de oferecer o melhor atendimento.

Quais as características de um bom endocrinologista?

O dia a dia do especialista é mais solitário, pois passa a maior parte do tempo no atendimento ambulatorial, lidando diretamente com os pacientes, já que esta é uma especialidade clínica. Por isso, durante a residência médica em Endocrinologia e Metabologia o médico deve sempre treinar suas habilidades de comunicação e empatia, além da sensibilidade e delicadeza. Tudo isso para se comunicar da melhor maneira possível com os pacientes e oferecer também o melhor atendimento.

Como dito, boa comunicação, empatia e paciência são algumas características de um bom endocrinologista já que essa especialidade é clínica e saber extrair informações importantes de seus pacientes e ter certeza que ele compreendeu é fundamental para adesão e eficiência do tratamento.

Além disso, saber manter boas relações profissionais é outra habilidade requisitada da área, uma vez que esse profissional trabalhará frequentemente em contato com outros como nutricionistas e cardiologistas. Também é válido informar que ser curioso e se manter sempre atualizado é outro diferencial do bom endocrinologista já que a área recebe mudanças e inovações frequentemente.

Como é a residência médica em Endocrinologia?

A residência médica em Endocrinologia tem como pré-requisito a residência médica em Clínica Médica, ou seja, para se tornar um endocrinologista é preciso antes ter formação como clínico geral. Sendo assim, são necessários 4 anos de formação: 2 anos de Clínica Médica e 2 anos de especialização em Endocrinologia.

O médico endocrinologista possui um vasto campo de atuação, boa parte da categoria trabalha com a Endocrinologia Geral, mas alguns deles podem atuar em subáreas, como a de tumores neuroendócrinos. Assim, após se formar na residência médica em Endocrinologia, o médico pode atuar nas seguintes áreas:

  •  Alterações do metabolismo ósseo;
  • Alterações dos lipídios;
  • Diabetes;
  • Distúrbios da Menstruação;
  • Distúrbios da Puberdade e do crescimento;
  • Doenças da Glândula Supra-Renal;
  • Doenças da Hipófise;
  • Doenças da Tireoide;
  • Excesso de Pelos;
  • Obesidade;
  • Reposição hormonal masculina e feminina;
  • Andropausa;
  • Menopausa;

Durante a residência médica em Endocrinologia também há produção científica com seminários e discussões de casos, por exemplo. Além disso, o médico também passa por serviços relacionados às subáreas, citadas anteriormente. O residente estuda bastante fisiologia e Clínica Médica, a fim de construir uma base forte para a atuação profissional.

O que estudar para ser um residente em Endocrinologia?

Como dito, para entrar na residência médica em Endocrinologia é necessário antes ter concluído a residência em Clínica Médica que é uma área que figura na lista de especialidades com maior taxa de concorrência. Por isso, para se tornar um clínico geral é necessário que você se prepare do jeito certo, estudando de modo direcionado para o que realmente cai.

Pensando nisso, o Eu Médico Residente criou um preparatório pensado em você que quer garantir a sua vaga , o R+ de Clínica Médica. Nesse curso, você terá aulas, resumos e uma plataforma de estudos totalmente personalizável que se adapta ao seu ritmo de estudos. Tudo, claro, direcionado para o que realmente cai nas principais provas de todo o país

Qual a grade de estudo de um residente médico em endocrinologia?

O Ministério da Educação (MEC) é o órgão responsável por determinar o que os residentes em todo o país deverão estudar ao longo da residência. Confira abaixo algumas das competências que todo residente em Endocrinologia deve saber ao fim de cada ano do curso segundo a Matriz  Curricular da área.

O que devo saber ao fim do primeiro ano em Endocrinologia segundo o MEC?

  • Dominar a classificação e critérios diagnóstico de diabetes mellitus através dos critérios existentes (nacionais e internacionais), incluindo o diabetes gestacional;
  • Dominar a anamnese e a realização do exame físico completo, geral e específico;
  • Diagnosticar e manejar o paciente com hipotireoidismo e hipertireoidismo;
  • Dominar o metabolismo do cálcio, fósforo e da vitamina D, sabendo realizar o diagnóstico de deficiência da Vitamina D;
  • Dominar o diagnóstico e classificação etiológica de Obesidade e realizar tratamento conforme as particularidades individuais do paciente.

O que devo saber ao fim do segundo ano em Endocrinologia?

  • Dominar a prescrição de insulina utilizando os dispositivos disponíveis;
  • Manejar pacientes com síndromes genéticas com alterações endócrinas como síndrome de Down e de Turner;
  • Dominar o diagnóstico e tratamento de paciente com SIADH (Síndrome Inapropriada do Hormônio Antidiurético);
  • Diagnosticar e manejar a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica;
  • Manejar o paciente no pré e pós- operatório de cirurgia bariátrica.

Por que fazer residência médica em Endocrinologia?

Muitas opções de áreas de atuação

Na Endocrinologia é possível atuar em várias áreas, que atendem de crianças a adultos. Assim, como já dito anteriormente, você pode ser especialista em problemas relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento ou pode ser especialista em reposição hormonal, por exemplo. Essa ampla possibilidade de atuação permite que o quantitativo de pacientes atendidos seja maior. Além de permitir também ter um melhor direcionamento de qual trabalho você exercerá dentro da área.

Aumento da procura por médicos endocrinologista

Cada vez mais a população tem procurado o endocrinologista, seja para buscar hábitos mais saudáveis ou para tratar distúrbios metabólicos. A endocrinologia é uma área que está em pleno crescimento e expansão. Isso por causa do aumento de doenças endocrinológicas, como o diabetes e a obesidade.

De acordo com a pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), metade dos brasileiros (55,4%) estavam obesos. A obesidade, inclusive, foi a doença que teve mais aumento em 13 anos. Saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. Já a prevalência do diabetes passou de 5,5% em 2006 para 7,4% em 2019.

Agora em 2021, por causa da pandemia, a incidência do diabetes no mundo aumentou 16%, sobretudo do diabetes tipo 2, relacionado ao excesso de peso e a obesidade. Isso significa dizer que a doença está presente em uma a cada dez pessoas em todo planeta. Desse modo, o trabalho do endocrinologista tornou-se ainda mais imprescindível devido à pandemia causada pelo coronavírus, que agravou as doenças relacionadas ao metabolismo.

Qualidade de vida

Por não haver a necessidade de dar plantões e ficar em emergências, o ritmo de trabalho do endocrinologista é mais tranquilo, permitindo que a rotina seja mais organizada. Além disso, esses mesmos motivos permitem que o profissional médico trabalhe em horário comercial, podendo assim, dedicar mais tempo para si e para a sua família.

Mercado de trabalho e salário da Endocrinologia

O endocrinologista atende pacientes de ambos os sexos e todas as idades e possui uma rotina mais fixa. Foto: Reprodução/AdobeStock
O endocrinologista atende pacientes de ambos os sexos e todas as idades e possui uma rotina mais fixa. Foto: Reprodução/Adobestock

Os profissionais que fizeram a residência médica em Endocrinologia e metabologia estão sendo cada vez mais valorizados, e, também por causa disso, recebem uma boa remuneração. Assim, o salário médio para um endocrinologista com uma jornada de 19 horas semanais é de R$ 7.033,78.  Tudo isso de acordo com a pesquisa feita pelo site salário, utilizando dados do novo CAGED, eSocial e Empregador Web. 

Vale destacar que a Endocrinologia conta com uma enorme concentração de profissionais na região sudeste: quase 55% desses profissionais ficam nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A relação é tão desproporcional que apenas 3% de todos os endocrinologistas de todo o país estão distribuídos nos sete estados da região norte, e apenas 9% no centro-oeste.

Dessa forma, é importante destacar que o salário médio mostrado acima pode variar bastante. Uma região com alta demanda desses profissionais tende a pagar muito mais do que estados que contam com uma grande concentração dos mesmos profissionais. Além disso, sua experiência e subespecializações também são fatores que tendem a aumentar a renda média.

Quando falamos sobre o mercado de trabalho, o endocrinologista pode trabalhar apenas em horário comercial, pois não existe plantão ou emergência para esse especialista, aumentando a qualidade de vida com uma rotina mais “fixa”. Assim, ele pode atuar em ambientes como:

  • Ambulatórios de hospitais públicos ou particulares;
  • Clínicas e instituições de saúde;
  • Centros laboratoriais;
  • Pode montar o seu próprio consultório;
  • Spas e centros de estética;
  • Docência em faculdades e cursos de formação;
  • Médico responsável pelo setor de provas funcionais em laboratórios de análises clínicas;
  • Parecerista em hospital geral;
  • Gestor em unidades de saúde;
  •  Pesquisador em institutos e laboratórios.

Conclusão

A  residência médica em endocrinologia e metabologia permite atuar em várias áreas relacionadas ao sistema endócrino (glândulas e hormônios), prestando atendimento para as mais variadas idades. Além disso, ela chama atenção por oferecer ao endocrinologista uma qualidade de vida e, também, por oferecer uma boa remuneração e reconhecimento do trabalho prestado.

Por ser uma especialidade clínica, a endocrinologia pede que o profissional seja empático, sensível e delicado. Ele também deve saber ouvir os pacientes, para que a consulta seja proveitosa, oferecendo o melhor atendimento para os indivíduos.

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