Pouco conhecida entre os estudantes, a Radioterapia é uma especialidade médica com um dos menores números de profissionais do país, são ao total 1.014 especialistas. Isso equivale a 0,2% do total de 321.581 médicos especialistas. É bem possível que esse cenário seja causado por causa dos tipos de pacientes e procedimentos exigidos pela área. Ela é uma área médica responsável por tratar e fazer o acompanhamento de pacientes com câncer. Então são realizados procedimentos de alta complexidade.
Dessa forma, a Radioterapia pode ser utilizada para estacionar a multiplicação do tumor ou para destruí-lo completamente. Ao longo da residência médica em Radioterapia o médico vai passar por áreas como cancerologia, física médica e radiobiologia. Para saber mais sobre a rotina desta residência médica, do mercado de trabalho e sobre a remuneração, continue a leitura do texto.
O que é a Radioterapia?
A Radioterapia é uma especialidade médica responsável pelo cuidado de pacientes com neoplasias benignas e malignas, por isso, esta área pode ser chamada também de radio-oncologia. O especialista se utiliza da radiação ionizante para realizar o tratamento, que tem a precisão como elemento principal, já que a ideia é atingir o tecido doente e minimizar os danos causados aos tecidos adjacentes saudáveis.
A braquiterapia e a radioterapia externa (teleterapia) são os tipos de radioterapia. Eles se diferem pela localização do tumor, que impacta diretamente na posição na qual o equipamento ficará em relação ao corpo. Veja a seguir como funciona cada um dos procedimentos, com informações do Instituto Nacional de Câncer:
Braquiterapia
A aplicação dos raios ionizantes acontecem em contato próximo com o tumor. Os aplicadores são colocados pelo médico, em contato com o local a ser tratado. A fonte de radiação sai do aparelho, percorre cateteres que são ligados aos aplicadores e irradia próximo à área a ser tratada. Por ser um tratamento que atinge diretamente o tumor, os tecidos saudáveis adjacentes são menos atingidos. A braquiterapia é feita no ambulatório.
Teleterapia
Aqui o tratamento é feito com o aparelho mais afastado do paciente, mas direcionado ao tumor. Dividida em vários tipos, a teleterapia mais comum no Brasil é a radioterapia convencional (2D), por causa do déficit tecnológico. Por ter uma baixa precisão, os tecidos sadios são mais atingidos. Além disso, por causa do mesmo motivo, o procedimento terapêutico pode não ser tão eficaz.
Como é a rotina de um radioterapeuta?
No seu dia-a-dia, o radioterapeuta é responsável por escolher o melhor tratamento para o paciente oncológico, além realizar o seu atendimento ambulatorial, sempre olhando para as especificidades de cada indivíduo, de maneira holística. Sendo assim, o especialista está sempre em contato direto com os seus pacientes. Isso porque, o tratamento pode apresentar efeitos colaterais e é o radio-oncologista que deve atuar para aliviá-los.
Antes de começar o tratamento, ele faz uma simulação, com o tomógrafo, por exemplo ou em softwares específicos e filmes radiográficos. Ele vai determinar as doses e quantidades de radiação que serão aplicadas, além de fazer a revisão e a aprovação. Além do planejamento das sessões, baseando-se no tipo histológico do câncer, o radioterapeuta ainda participa das sessões de discussões clínicas multidisciplinares.
Como é a residência médica em Radioterapia?
A residência médica em Radioterapia é de acesso direto e tem a duração de 3 anos. Ele está entre as especialidades que possuem uma carga horária menor, já que os centros de atendimento costumam funcionar, em sua maioria, apenas em dias úteis. No entanto, algumas delas ficam em regime de sobreaviso durante o final de semana e feriados.
Durante os 3 anos, os médicos fazem atividades de planejamento, rodam nos ambulatórios, centros cirúrgicos, enfermarias, pronto-socorro e realizam atividades acadêmicas. De acordo com a resolução número 2 de 2006, empregada pelo Conselho Nacional de Residência Médica, o CNRM, esses são os seguintes rodízios e atividades que deve fazer parte da residência médica em Radioterapia:
Primeiro ano da residência médica em Radioterapia
Durante o primeiro ano os residentes passam pelos seguintes rodízios:
- Cancerologia;
- Clínica Médica;
- Patologia;
- Radioterapia clínica e princípios de radiobiologia;
- Física médica; e
- Informática.
Segundo ano da residência médica em Radioterapia
Na metade da residência médica esses são os seguintes rodízios especificados pelo CNRM:
- Radioterapia clínica;
- Radiobiologia e física médica com treinamento de braquiterapia de baixa, média e alta taxa de dose;
- Ressonância magnética e sistemas computadorizados de planejamentos;
- Evolução dos pacientes tratados; e
- Urgências em Radioterapia.
Terceiro ano da residência médica em Radioterapia
No terceiro e último ano da residência médica em Radioterapia, os futuros radioterapeutas aprendem a realizar as seguintes técnicas:
- Radiocirurgia;
- Terapia conformacionada;
- Feixes de intensidade modulada;
- Técnicas de radiação de campos alargados e implantes intersticiais; e
- Revisão do curso de física médica.
O que estudar para ser um residente em Radioterapia?
A residência médica em Radioterapia é uma das menos concorridas, como já dito anteriormente. Importante saber disso, já que esse pode ser um dos seus critérios de escolha pela especialidade. Por ser de acesso direto, assim que terminar a graduação de medicina, já é possível fazer a prova para a Radioterapia.
O Eu Médico Residente com certeza pode seguir esse caminho rumo a aprovação com você. Aqui é possível encontrar preparatórios para os principais processos seletivos de residência médica de todo o país, seja ele em Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Paraíba. Temos um preparatório para o ENARE também. Caso você não queira um preparatório exclusivo para uma região específica do país, temos o curso R1 Nacional, que vai te dar uma visão mais geral dos processo seletivos de uma maneira geral.
Mercado de trabalho e remuneração
O radioterapeuta pode trabalhar nos grandes centros de alta complexidade, que oferecem infraestrutura para que possa exercer a profissão. A maioria avassaladora dos profissionais e, consequentemente, do número de vagas, está localizada no Sudeste, são 55.9% dos pouco mais de 1.000 registrados. Logo em seguida vem o Sul, com 16.1%, e o Nordeste, que absorve 14.5% dos radio-oncologistas.
Nesta área, os contratos de trabalho podem ser de 20 ou 40 horas semanais. Na rede privada, a preferência é pela contratação de pessoas jurídicas. Para além disso, nesta área os médicos trabalham como generalistas, já que não há subespecialização, mas podem ser feitos fellowships, dentre outras coisas, nas seguintes áreas: Radioterapia pediátrica, urológica e de próstata.
Falando especificamente sobre a remuneração, segundo o site cargos, o salário de um médico radioterapeuta pode variar entre R$ 2.273,91 e R$ 19.899,88, com uma média salarial de R$ 8.685,03. O perfil dos especialistas é masculino, correspondente a 59,5% dos profissionais da área, com média de idade de aproximadamente 46 anos.
Conclusão
O radioncologista é aquele responsável pela prescrição do tratamento radioterápico específico para as necessidades de cada paciente, realizando assim um atendimento individualizado. A residência médica é de acesso direto e dura três anos. Além disso, a maior concentração profissional está no Sudeste, Sul e Nordeste, respectivamente. Sabendo de todas essas informações, a sua escolha pela área de residência será facilitada.
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