A prova de residência médica pode ser considerada a mais difícil que um médico fará em sua carreira. Isso se dá por alguns motivos: o primeiro e mais importante é a concorrência. No Brasil, temos mais vagas nas faculdades de medicina – que já são bastante concorridas por si só – do que na residência médica.
De acordo com a Demografia Médica 2023, em janeiro de 2023 o Brasil contava com 514.215 médicos ativos. Desses, apenas 321.581 possuíam especialização (62,5%). Isso significa que muitos médicos formados obrigatoriamente ficarão de fora dessa etapa tão importante em sua formação.
Outro motivo é o conteúdo em si, a prova de residência tenta englobar o que o curso de medicina ensinou ao longo de 6 anos, ou seja, é uma prova difícil e de conteúdo muito extenso. Além da etapa teórica, também tem a análise curricular, na maioria das bancas. Muitas das instituições também contam com uma etapa prática. A prova prática envolve bastante pressão psicológica para o médico, pois ele está sendo examinado o tempo todo e ao vivo.
Assista a uma live sobre como organizar seus estudos para prestar a prova de residência em 2024:O que é a prova de residência médicaO que é a prova de residência médica?
O que é a prova de residência médica?
A prova de residência médica é a etapa que separa o médico generalista de sua especialização em um programa de residência, a forma de especialização de maior qualidade para um médico. É a prova que você, após se formar na faculdade de medicina, realizará para começar a se especializar na sua área e instituição de escolha.
Quais as etapas da prova de residência médica?
O número de etapas de uma prova pode variar de instituição para instituição. O mais comum é que haja 2 etapas. Mas algumas instituições não contam com prova prática, por exemplo. Outras não contam com a entrevista. Já a primeira – e mais importante – etapa aparece em todas.
A prova de residência médica é a etapa que separa o médico generalista de sua especialização em um programa de residência, a forma de especialização de maior qualidade para um médico. É a prova que você, após se formar na faculdade de medicina, realizará para começar a se especializar na sua área e instituição de escolha.
1ª Fase
Conforme citado acima, essa é a fase mais longa, difícil e importante do processo seletivo. Ela conta com questões de múltipla escolha – o número de questões varia, mas gira em torno de 100 – a respeito das cinco grandes áreas da medicina: Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Medicina Preventiva e Social.
Algumas instituições também empregam questões dissertativas. É o caso da prova de residência médica da USP, por exemplo, no acesso direto são 10 casos clínicos sobre as cinco áreas básicas. Mas a grande maioria se atém ao modelo múltipla escolha ABCDE.
O candidato deve resolver essa prova em um número de horas pré-determinado, variando entre 3 e 5 horas, que dependerá do número de questões cobradas. Tem peso de 50% ou mais na nota final, dependendo do número de fases presentes na prova da instituição.
2ª Fase
A segunda fase consiste numa entrevista e avaliação de currículo do candidato. É a fase com menor peso na nota final – cerca de 10% – mas, mesmo assim, pode ser o diferencial entre ser aprovado ou não. As atividades que constam no currículo devem ser realizadas ao longo da faculdade de medicina, para aqueles que realizarem a prova de acesso direto. Elas são diversas e a pontuação varia de acordo com a banca examinadora. Confira alguns exemplo abaixo:
- Monitoria
- Iniciação científica ou iniciação em projetos de pesquisa
- Publicação e apresentação de artigos científicos
- Projetos de extensão e ou pet saúde
- ligas acadêmicas
- Proficiência em língua estrangeira
- Participação em congressos e afins
- Estágio curricular (internato)
- Publicação de trabalho científico
Falaremos mais sobre como ter um bom currículo e realizar uma boa entrevista nos tópicos a seguir.
3ª Fase
A terceira fase é o que conhecemos por prova prática. Ela oferecerá, geralmente, 5 estações práticas sucessivas com casos clínicos, ou seja, situações de vida real ao candidato. Muitas instituições contratam atores para se passarem por pacientes que apresentam um conjunto de sinais e sintomas.
O candidato deverá utilizar o que tem em mãos para realizar um diagnóstico e/ou tratamento, tudo enquanto é avaliado em tempo real pelos aplicadores da prova. O tempo também é cronometrado. Costuma ter peso de 40% na nota final.
Quando ocorrem as provas de residência?
As provas costumam ocorrer entre o fim de um ano e o começo do seguinte ao longo de suas três fases. Geralmente, a divulgação dos editais começa a partir de agosto, alcançando o auge entre setembro e outubro, com divulgação de gabaritos em novembro e dezembro, e resultados finais entre janeiro e fevereiro.
Quais são as principais dificuldades para ingressar na residência médica?
Concorrência da prova
Como conversamos na introdução, a concorrência da prova de residência costuma ser muito alta, afinal, não temos tantas vagas quanto médicos formados. Só para dar um exemplo: o ENARE, teve 838 candidatos para a residência em Otorrinolaringologia em 2023, que possui só 29 vagas. A relação candidato/vaga, nesse caso, foi de 28,89.
Valor da prova
O preço das inscrições é um fator que exige planejamento, já que eles costumam ser altos, e podem ultrapassar os R$1.000,00 reais. É preciso planejar porque o valor pode fazer uma grande diferença no orçamento, principalmente para os recém-formados, que ou estão começando a trabalhar ou ainda não começaram.
Diante disso, é necessário escolher bem as provas que deseja fazer, seja por interesse e/ou porque tem mais chances de aprovação.
Rotina de estudos
A rotina de estudos para a residência médica exige dedicação quase exclusiva, podendo ser pesada e exaustiva. A decisão de realizá-la parte do princípio de oferecer uma qualidade melhor nos atendimentos aos pacientes, além de garantir melhores colocações no mercado de trabalho.
No entanto, muitos ainda estão na fase do internato de medicina quando começam a sua preparação, ou já são formados, mas tem que conciliar o trabalho com os estudos. Sendo assim, é possível ver que a preparação para a residência médica não é nada fácil, mas com um estudo direcionado à banca a aprovação passa a ser alcançável.
8 recomendações para se preparar para a prova de residência médica
Resolva questões
Resolva questões de provas anteriores desde o começo. Não espere estudar todo o conteúdo teórico para começar a pegar questões – fazer ambos ao mesmo tempo é mais eficiente e te ajuda a encontrar suas fraquezas e fortalezas. Além de te manter estudando e revisando constantemente os assuntos.
O Eu Médico Residente conta com uma plataforma com mais de 35.000 questões comentadas em texto e vídeo, além de simulados gerais, que te permitem fazer questões de assuntos já vistos e aqueles que ainda serão estudados. Faça um tour agora.
Foque nas bancas prioritárias para você
Foque nas bancas das instituições cujas provas você prestará. É comum a repetição de questões de anos anteriores, às vezes com pequenas modificações. Muitas instituições cobram sempre os mesmos temas. Por isso, a metodologia de estudos do Eu Médico Residente é direcionada para aquilo que mais cai na banca de sua escolha.
Atenção aos prazos
Selecione os editais das instituições onde você quer fazer a residência com antecedência. Perder um prazo pode ser uma das maiores frustrações de qualquer candidato em um concurso.
Crie metas
Estabeleça metas de estudo. Quanto mais curtas, melhor: metas longas podem se tornar inatingíveis e acabar gerando apatia quando não alcançadas. Além disso, elas te ajudam a focar e servem de motivação para continuar, apesar das dificuldades que serão encontradas.
Resolva questões fáceis primeiro
Durante a prova, comece pelas questões fáceis. É um erro comum começar pelas mais difíceis e, quando chegar nas que você acertaria com facilidade, acabar errando graças à falta de concentração causada pelo cansaço. Esse simples fato pode influenciar diretamente na sua prova, impactando diretamente na sua aprovação.
Monte um bom currículo
Se você é recém-formado e quer ter um currículo apresentável, não se esqueça de adicionar experiências como iniciação científica, estágios extracurriculares, presença em congressos e eventos médicos em geral, certificações em habilidades especiais (cursos como o ACLS, o ATLS e o PALS).
Destaque sua experiência em campo
Se você já tem experiência em campo, destaque suas experiências relacionadas à área pretendida, além do currículo acadêmico. Acrescentar outras proficiências também vale – como em uma língua estrangeira, por exemplo.
Mantenha a calma
Cuide do seu emocional. A prova de residência médica vem com uma pressão imensa. Nessas horas, o nervosismo pode ser não só prejudicial, mas a causa de uma eventual reprovação. Existem algumas técnicas que podem te ajudar a se manter calmo durante a prova. Uma delas é respirar. Sim, respirar. Mas não da forma como fazemos no dia a dia.
A técnica consiste em inspirar profundamente pelo nariz, de modo a encher de ar o diafragma. Depois que alcançar o máximo, prender por 1 segundo e expirar pela boca lentamente. Para alcançar o relaxamento o movimento deve ser repetido por 3 vezes.
Conclusão
O caminho até a residência médica é tortuoso, complicado, cheio de obstáculos. Muitos médicos se deixam abater após um ou mais anos de reprovação. Não deixe que isso aconteça com você. Uma reprovação não significa que você é incapaz, apenas que não se preparou o suficiente, deixou o nervosismo tomar conta ou até mesmo não teve sorte.
Você já chegou longe e, com a ajuda de um bom curso, uma boa equipe de professores e uma metodologia afiada, pode ser aprovado na residência dos seus sonhos. Da sua parte: foco, estudo e saúde emocional. E vamos embora rumo à aprovação em 2023.
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