Pacientes com Covid-19 grave tem como opção de tratamento, em casos extremos, o transplante de pulmão. Em março, dois deles chamaram a atenção. No primeiro, uma paciente recebeu o transplante de doadores vivos. Já no outro, o doador teve o coronavírus, mas o seu pulmão não foi comprometido permanentemente.
Médicos japoneses realizam o primeiro transplante de pulmão de doador vivo para paciente recuperado da Covid-19
Na última quarta (7), uma mulher japonesa foi submetida ao primeiro transplante de pulmão de doador vivo. Isso foi preciso pois a infecção causada pela Covid-19 comprometeu gravemente o pulmão dela. A cirurgia ocorreu no Hospital Universitário de Kyoto, localizado no Japão e contou com a participação de uma equipe médica formada por 30 pessoas.
De acordo com os médicos, esse tipo de transplante, de doadores vivos para um paciente que teve o SARS-COV-2, foi o primeiro do mundo. Foi o primeiro cujo a doação não veio de uma pessoa com morte cerebral, um transplante ainda raro no Japão. A operação durou 11 horas e os doadores do tecido pulmonar foram o marido e o filho da paciente. O marido doou parte do pulmão esquerdo e o filho parte do direito. Ademais, a transplantada receberá alta em dois meses, contados a partir do dia da operação.
A receptora se infectou pelo coronavírus no final de 2020. Desse modo, a evolução para a Covid-19 grave foi bem rápida. Assim, a piora das dificuldades respiratórias, fez ela precisar ficar ligada a um pulmão artificial durante três meses. Sendo ele mais conhecido como oxigenação por membrana extracorpórea (Ecmo). Posteriormente, livre do vírus e com danos irreversíveis no pulmão, houve a necessidade do transplante.
O comprometimento do pulmão é uma das consequências gravíssimas da Covid-19. Devido a isso, muitos pacientes recebem um transplante de pulmão como parte da recuperação da doença, mas não de doadores vivos. Por isso, o cirurgião torácico responsável por comandar a cirurgia, Hiroshi Date, afirma que o sucesso da cirurgia demonstra que ela é mais uma opção de tratamento.
Paciente recebe pulmão de indivíduo recuperado da Covid-19
No mês de março deste ano, médicos da Northwestern Medicine, em Chicago, transplantaram ambos os pulmões de um paciente recuperado da Covid-19, para outro com a mesma doença. A equipe médica aponta que esse tipo de transplante foi um dos primeiros nos Estados Unidos. O doador apresentou sintomas causados pelo coronavírus considerados de leves a moderados, mas se recuperou e o seu pulmão não teve nenhum dano permanente
No entanto, posteriormente, veio a falecer por motivos que nada tinham a ver com o vírus. O transplantado tinha 60 anos e manifestava sintomatologia grave da doença. Devido a isso, precisou ser ligado a um respirador e a Ecmo. Assim, por causa dos danos irreversíveis, o transplante foi considerado a última opção. O receptor ficou na lista de transplante por apenas uma semana, até achar um doador compatível.
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