A pneumonia viral é um tipo de infecção pulmonar causada, principalmente, por vírus responsáveis por causar a gripe e o resfriado (Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório).
Eles são transmitidos pelo ar, transportados nas gotas de saliva ou de secreção respiratória, de uma pessoa infectada para outra. Ainda assim, os agentes infecciosos não são transmitidos tão facilmente.
As mudanças bruscas de temperaturas também predispõem a enfermidade. Isso porque, comprometem o pleno funcionamento da filtragem de ar pelo nariz, deixando o indivíduo mais exposto aos microrganismos.
Os idosos e as crianças são os mais acometidos pela enfermidade. Assim como portadores de doenças crônicas ou pessoas que estão tratando um câncer.
No entanto, qualquer um que tenha períodos de imunidade baixa podem desenvolver a doença, fatores que contribuem para isso são: a má alimentação, o sedentarismo, o estresse e a falta de sono.
Segundo a coalização Every Breath Counts, a pneumonia é a doença infecciosa que mais causa mortes de crianças e idosos em todo o mundo.
Em 2019, foram registrados 2,5 milhões de óbitos, desses 672 mil eram crianças.
Para oferecer o melhor atendimento ao seu paciente, neste texto você aprenderá quais são as causas, os sintomas e como tratar pneumonia viral e diagnosticar.
O que é e quais as causas da pneumonia viral?
A pneumonia viral é uma infecção respiratória que acomete os pulmões. Atingindo principalmente os alvéolos e o interstício, a doença é capaz de provocar fluidos e inchaço do órgão.
Ela pode ser causada por diversos patógenos como: adenovírus, citamegalovírus, influenza B, parainfluenza 1, 2 e 3, rinovírus e coronavírus. Além dos citados anteriormente (Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório).
Apesar da transmissão desses vírus ser alta, o risco de desenvolver pneumonia é baixo, pois o sistema imunológico, na maioria das vezes, é capaz de combatê-los.
Quais os sintomas da pneumonia viral?
Os sintomas da pneumonia viral costumam surgir dias após o contato com o agente infeccioso e o paciente tende a piorar com o passar dos dias.
Além disso, eles são muito semelhantes a outras infecções pulmonares agudas e tem como principal manifestação a tosse, que pode vir acompanhada de outros achados clínicos, elencados abaixo:
- Dispneia;
- Tosse seca, que evolui para tosse com catarro;
- Dor pleurítica, mais comum na pneumonia bacteriana;
- Dor de cabeça e no corpo;
- Febre alta, de até 39°C, com presença de calafrios;
- Desconforto no peito ou dor do tipo ‘”pontada”, “dor nas costas”; e
- Aumento da frequência cardíaca e respiratória;
Nos pacientes idosos as manifestações podem ser diferentes, já que costuma ser uma doença silenciosa.
Dessa maneira, ela pode se desenvolver sem a presença de febre e podem estar presentes sintomas inespecíficos, não relacionados ao sistema respiratório, como: queda do nível de consciência, desequilíbrio e dores abdominais.
E ainda, perda de urina, cansaço extremo e falta de apetite. Já em bebês, é possível desconfiar da doença quando a gripe se prolonga ou quando os sintomas da pneumonia viral pioram com o passar do tempo.
O quadro clínico desse grupo é composto por uma febre que não cede, falta de apetite, dificuldade para respirar, tosse constante e respiração rápida.
Como fazer o diagnóstico da pneumonia viral?
Fonte: blog dr. Drauzio Varella
O diagnóstico é essencialmente clínico, levando em consideração a apresentação clínica do paciente e o exame físico.
Além disso, para identificar o vírus respiratório pode ser utilizados quatro métodos: cultura viral, detecção rápida de antígeno, sorologia e método de amplificação de ácido nucléicos.
As amostras de secreções respiratórias do nariz e da garganta devem ser colhidas até o 3º dia de sintoma, mas também o procedimento pode ser feito até o 7º dia.
Já para avaliar o comprometimento dos pulmões recomenda-se fazer um raio-x do tórax ou tomografia e para mensurar a oxigenação no sangue devem ser solicitados exames de sangue como a gasometria arterial e o hemograma.
A proteína C-reativa e a procalcitonina se encontram elevados durante a enfermidade, contudo, a sua taxa é significativamente maior na pneumonia bacteriana.
Como tratar pneumonia viral? Veja os possíveis tratamentos
Além do repouso, da dieta leve e da boa hidratação, existe o tratamento para a pneumonia viral feito com medicamentos, de acordo com o patógeno que causou a infecção.
Quando a infecção é causada pela Influenza, o esquema terapêutico pode ser feito com zanamivir ou oseltamivir (tamiflu), por 5 a 10 dias.
E mais, pode ser utilizada, com menos frequência, a amantadina ou rimantadina. Isso porque, alguns vírus são resistentes a esses antivirais.
Em caso de pneumonia ocasionada por outros agentes infecciosos é recomendada a utilização de ribavirina, por 10 dias.
Em alguns casos a pneumonia viral surge juntamente com a pneumonia bacteriana. Nesse caso, é indicado o uso de antibióticos: amoxicilina, azitromicina, ceftriaxona e claritromicina.
Se a doença cursar sem complicações, o tratamento deve se estender por 5 dias, em casa. No entanto, se o paciente apresentar sinais de gravidade o internamento pode ser necessário e o tratamento deve durar 10 dias.
Os sinais de complicação da doença são: dificuldade para respirar, oxigenação baixa, alterações no funcionamento dos rins e confusão mental.
Ademais, o médico deve recomendar como tratamento para a pneumonia viral ele deve evitar lugares públicos e mudanças bruscas de temperatura.
Quais os outros tipos de pneumonia?
Pneumonia Bacteriana
Este é o tipo mais comum da doença. O Streptococcus pneumoniae é principal agente etiológico, mas é possível que seja causada também pelo Staphylococcus aureus e pela Klebsiella pneumoniae.
Elas são consideradas as mais perigosas, sobretudo quando a infecção se dá por bactérias gram-negativas, pois destroem rapidamente o tecido pulmonar, agravando a doença.
O risco de contraí-la é muito maior em ambiente hospitalar. A febre, a tosse e a falta de ar são apresentações clínicas muito comuns.
Para o tratamento os indivíduos devem ficar hospitalizados recebendo antibióticos e líquidos endovenosos e deve, também, ocorrer a suplementação de oxigênio.
A observação clínica, a radiografia ou tomografia do tórax são suficientes para determinar um diagnóstico e verificar a extensão das lesões causadas.
Pneumonia química
Proveniente da inalação ou aspiração de substâncias químicas (fumaça, vapores de agrotóxicos, solventes, venenos industriais) que causam a inflamação pulmonar.
A manifestação dos sintomas ocorre imediatamente após a contaminação e o paciente passa a ter falta de ar e dificuldades para respirar.
Entretanto, a depender das substâncias é possível que a apresentação clínica seja tardia. Vale salientar que, a inflamação pulmonar causada pela aspiração de vômito ou refluxo gastroesofágico (pneumonia aspirativa), também é considerada pneumonia química.
Isso se deve ao fato de a acidez do suco gástrico ser o agente causador da irritação química pulmonar.
Alguns sintomas como o chiado no peito, irritação no nariz e na garganta, fraqueza, náuseas e presença de sangue no muco podem ser observados.
Caso não seja tratada de maneira correta pode causar as seguintes complicações: inconsciência, insuficiência respiratória e inchaço da língua, boca e olhos.
A depender da gravidade do quadro clínico e do nível de exposição a substância química, o paciente precisa de suplementação de oxigênio ou de ventilação mecânica. Em alguns casos, recomenda-se a fisioterapia respiratória.
O diagnóstico é clínico, mas uma radiografia torácica e a mensuração da oxigenação sanguínea podem auxiliar.
Pneumonia fúngica
Este é um tipo de enfermidade causada por fungos. Apesar de rara, é uma condição potencialmente agressiva, que acomete mais facilmente imunodeprimidos ou com doenças crônicas.
Os três principais agentes infecciosos são: Histoplasma capsulatum, Coccidioides immits e Blastomyces dermatitidis.
Elas são responsáveis por causar a histoplasmose, a coccidioidomicose e a blastomicose, respectivamente.
O diagnóstico se dá a partir da identificação do tipo de fungo presente na expectoração ou na análise de sangue que mostra alguns anticorpos, embora ela seja suficiente apenas para confirmar a exposição ao microrganismo.
Os principais sintomas são: febre, calafrios, tosse, dor no peito, dor no tórax e respiração rápida e curta.
Em casos mais graves o paciente pode apresentar cianose, aumento da frequência cardíaca, pressão baixa e confusão mental. O tratamento é realizado com antifúngicos.
Pneumonia nosocomial
Quando a pneumonia se instala 48 horas antes ou após o internamento hospitalar chamamos de pneumonia nosocomial ou pneumonia adquirida em comunidade.
Dentre outros sintomas, a dor do tipo pleurítica e a fraqueza são muito comuns. Além disso, no exame físico podem ser observados a presença de macicez ou submacicez à percussão, murmúrios vesiculares diminuídos e presença de estertores finos à ausculta.
Aqui também o diagnóstico é clínico e também são realizados exames de imagem do tórax (raio-x e tomografia).
Como prevenir a pneumonia viral?
De maneira geral, a fim de evitar qualquer infecção viral, a orientação é lavar as mãos, usar álcool em gel - sobretudo ao frequentar locais públicos - e evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Além disso, as vacinas da gripe e pneumocócica também auxiliam na prevenção da pneumonia viral, assim como manter o sistema imunológico forte com uma boa alimentação e exercícios físicos.
Vacina pneumocócica
Além de prevenir contra a pneumonia bacteriana, a vacina pneumocócica também protege contra a meningite e a otite.
Vale salientar que ela não previne todos os tipos de pneumonia. Sendo assim, existem três tipos: a vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10) e 13-valente (VPC13), e a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23).
A primeira protege contra 10 sorotipos de pneumococos, a segunda contra 13 sorotipos e a terceira contra 23.
A aplicação delas varia de acordo com o grupo etário. Veja a seguir:
- Crianças de 2 meses a menores de 6 anos de idade: vacinação rotineira com VPC10 e VPC13;
- Crianças a partir de 6 anos, adolescentes e adultos portadores de doenças crônicas: Esquema combinado entre VPC13 e VPP23;
- Crianças acima de 2 anos, adolescentes e adultos com algum problema de saúde que aumente o risco para a doença pneumocócica: vacinação com a VPP23;
- Pessoas acima de 60 anos: vacinação rotineira de VPP23; e
- Pessoas maiores de 50 anos, principalmente as maiores de 60: esquema combinado entre a VPC13 e VPP23.
Vacina da gripe
A vacina da gripe ajuda a prevenir os casos de hospitalização e a mortalidade global causada pela pneumonia, já que protege contra alguns patógenos causadores da doença.
Por isso, as pessoas vacinadas fazem parte dos grupos que são mais propícios a desenvolver a forma grave da gripe: idosos, gestantes, puérperas, crianças de 6 meses a 5 anos incompletos e profissionais de saúde e da educação.
E ainda, pessoas privadas de liberdade e que apresentam alguma comorbidade (asma, diabetes, doença renal crônica).
Dúvidas Frequentes (Guia Rápido)
A pneumonia viral é contagiosa?
Sim, já que pode ser transmitida pelo ar, através da saliva ou de secreções respiratórias.
A pneumonia viral tem cura?
De um modo geral, a doença tem um curso benigno e possui um ótimo prognóstico, ou seja, ela tem cura.
No entanto, a depender se não tratada rapidamente e de maneira correta, pode progredir rapidamente e levar à morte.
Conclusão
A pneumonia viral é apenas mais um tipo da doença, que também pode ser bacteriana, nosocomial, química e fúngica.
Os extremos de idade, pessoas com a imunidade baixa e com doenças crônicas são os principais atingidos pela doença.
Por isso, fazem parte do grupo prioritário para serem imunizados com as vacinas (da gripe e a pneumocócica) capazes de prevenir contra a enfermidade.
A doença é benigna e pode ser curada, no entanto, se o tratamento não for rápido e adequado às necessidades do indivíduo pode deixar sequelas e levar à morte.
Sendo assim, como o diagnóstico é essencialmente clínico, ficar atento aos sinais e sintomas dessa infecção pulmonar é imprescindível.
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