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Publicado em
24/2/21

Menopausa: do diagnóstico ao tratamento

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Menopausa: do diagnóstico ao tratamento

A menopausa é o término do período menstrual, que ocorre em mulheres entre 45 e 55 anos. No entanto, algumas mulheres apresentam os sintomas característicos desse episódio aos 40 anos, dando início ao que chamamos de menopausa precoce. De uma maneira geral, ela leva a infertilidade, uma vez que, a ovulação também é completamente cessada. Por isso, não deve ser confundida com o climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e a fase não reprodutiva (a menopausa propriamente dita).

Durante a menstruação (período reprodutivo em decorrência da ovulação), o ovário produz hormônios como o estrogênio e a progesterona. Com o passar dos anos, a produção desses hormônios começa a variar até cessar definitivamente, culminando na menopausa. O fim do período menstrual só pode ser confirmado, no mínimo, 1 ano após a última menstruação. Ademais, fatores de risco como fumar, viver em altas atitudes e desnutrição podem resultar numa menopausa precoce.

Sintomatologia da perimenopausa e da menopausa

Os sintomas da menopausa podem ter início muitos anos antes da última menstruação, estima-se que de 6 meses a 10 anos antes. Com isso, ao longo da perimenopausa, é possível que os sintomas sejam inexistentes ou eles variam de leve a grave. Diante disso, dois deles são muito comuns: a menstruação irregular e as ondas de calor. No primeiro, a frequência, a duração e o fluxo são totalmente desregulados. Entretanto, existe a possibilidade do período menstrual se manter regular até a menopausa.

As ondas de calor não têm uma causa definida, mas acredita-se que estejam relacionadas às variações dos níveis hormonais. Desse modo, geralmente, começam antes do término definitivo da menstruação e duram em média quase 7,5 anos, mas a duração pode chegar a 10 anos. Também chamadas de fogacho, já que a pele do rosto pode ficar vermelha, as ondas de calor duram entre 30 segundos a 5 minutos, pode ser seguida por calafrios.

Nesse período, o calor e a transpiração podem ser intensos, isso porque o fluxo sanguíneo aumenta devido a dilatação dos vasos sanguíneos. Assim, a pele, sobretudo da cabeça e do pescoço, fica vermelha e quente (ruborizada). Além disso, durante a menopausa as ondas de calor noturnas (suores noturnos) também podem causar distúrbios do sono.

A diminuição da libido é um dos sintomas característicos da menopausa Foto: Reprodução/Tua Saúde
A diminuição da libido é um dos sintomas característicos da menopausa
Foto: Reprodução/Tua Saúde

Sendo assim, outros sintomas como fadiga, alterações do humor, irritabilidade e perda da concentração possivelmente surgirão. Apesar disso, os distúrbios do sono durante a menopausa são comuns, mesmo para aquelas mulheres que não sofrem com suores noturnos. E mais, as mudanças hormonais podem causar: dor nos seios, mau humor e piora da enxaqueca.

Sintomatologia no pós-menopausa

O risco de osteoporose aumenta na menopausa em decorrência da falta de produção de estrogênioFoto: Reprodução/ Decon-SP
O risco de osteoporose aumenta na menopausa em decorrência da falta de produção de estrogênio
Foto: Reprodução/ Decon-SP

A alteração na concentração de estrógeno pode afetar as mulheres de um modo geral. Dessa maneira, é preciso ficar a alerta a estes outros sintomas, que estão listados abaixo:

  1. O revestimento da vagina se torna mais seco, fino e menos elástico e os órgãos sexuais como o clitóris, o útero e os ovários diminuem de tamanho;
  2. O acometimento por infecções do trato urinário torna-se mais fácil, visto que, o revestimento da uretra torna-se mais fino e ela diminui de tamanho. Isso facilita a entrada de micro-organismo no corpo;
  3. A produção de colágeno e elastina também diminui e pode resultar numa pele mais fina, seca, menos elástica e mais predisposta a lesões;
  4. A densidade óssea decai, deixando os ossos mais frágeis e mais susceptíveis a fraturas;
  5. Os níveis do colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) aumentam, já os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL) são parecidos com os níveis antes da menopausa.

Diagnóstico

Para a maioria das mulheres (75%), as características da menopausa são evidentes. Então, passados 12 meses da última menstruação, antes de prescrever qualquer tratamento, o ginecologista faz perguntas sobre o histórico médico e familiar da paciente. Assim como afere a pressão arterial e realiza o exame físico, incluindo o exame de mama e o exame pélvico. Tudo isso a fim de determinar, dentre outras coisas, se é possível a mulher desenvolver algum distúrbio pós-menopausa e para verificar se existem anomalias nos órgãos reprodutores.

Caso as manifestações sintomatológicas não sejam evidentes ou sejam precoce, outros exames são realizados para identificar distúrbios que podem interromper a menstruação. Exames de sangue com o objetivo de medir os índices de hormônio folículo-estimulante (que estimula os ovários produzem estrogênio e progesterona) são realizados para confirmar a menopausa. Para mais, mamografia, papanicolau, ultrassom transvaginal e densitometria óssea são exames complementares que devem ser repetidos regularmente.

Tratamento

As medidas terapêuticas são voltadas, principalmente, para o alívio da secura vaginal e das ondas de calor. Assim sendo, envolvem os seguintes procedimentos:

  1. Terapia hormonal (com estrogênio, com um progestogênio ou com os dois), que é o tratamento mais eficaz para aliviar os sintomas da menopausa;
  2. Sessões de hipnose, com profissionais qualificados e terapia cognitivo-comportamental (a fim de aliviar as ondas de calor);
  3. Alguns medicamentos, como o anticonvulsivante gabapentina e dois tipos de antidepressivos (inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina e noradrenalina). São eles: desvenlafaxina, fluoxetina, sertralina, venlafaxina e paroxetina;
  4. Bons hábitos noturnos e a prática de exercícios físicos ajudam a melhorar o sono;
  5. Uso de lubrificantes vaginais durante a relação sexual e a aplicação de hidratante vaginal auxiliam na redução da secura vaginal. Manter-se ativo sexualmente ou se masturbar também auxilia nesse alívio, visto que, o fluxo sanguíneo é estimulado para a vagina e para os tecidos adjacentes. Além disso, ajuda a preservar a flexibilidade dos tecidos.

Por fim, existem algumas alternativas para lidar com as ondas de calor. Dessa maneira, usar peças de roupas que absorvam a umidade ou que permitam a mulher transpirar e a utilização de ventiladores e de ar-condicionados são grandes aliados. Para mais, também é necessário evitar gatilhos responsáveis por acionar as ondas de calor (como ambientes quentes, alimentos condimentados e luzes fortes).

FONTES: