A infecção do trato urinário é uma das infecções mais prevalentes da pediatria. No blog, já existe um post dedicado a explicação da etiologia, epidemiologia, fisiopatologia e tratamento da ITU no público pediátrico. O objetivo desse post é explicar como conduzir os exames de imagem nos pacientes pediátricos, mostrando a importância de cada um deles para o diagnóstico e tratamento correto. Então vamos nessa!
Por que fazer um exame de imagem?
Toda criança com diagnóstico de certeza de infecção do trato urinário precisa fazer um exame de imagem. Mas é preciso ter em mente a importância de evitar a exposição à radiação desnecessária, e os riscos de alergia e nefrotoxidade que alguns exames podem expor a criança, e que podem ser prejudiciais a longo prazo.
Assim, ao ser confirmada a infecção do trato urinário, toda criança precisa fazer um exame de USG. O objetivo vai ser avaliar a existência de possíveis má formações que possam explicar a ocorrência da infecção. Entretanto, por esse exame ser operador dependente, a normalidade do exame não exclui por completo a existência de uma má formação na criança.
Após o USG qual o próximo passo?
Por isso, se for achada alguma alteração, e mesmo quando o ultrassom estiver normal, o próximo passo é a realização da cintilografia renal com DMSA, entre 4-6 meses após a infecção. Esse exame é o padrão ouro para detecção de cicatriz renal, que pode levar a criança para um quadro de hipertensão arterial e insuficiência renal crônica no futuro. As indicações para realização desse exame são: lactente com ITU febril, criança com quadro clínico de pielonefrite e paciente com refluxo vesicoureteral.
Exame final
Por fim, a uretrocistografia miccional é um exame que utiliza contraste iodado intravesical, por isso, não possui risco de alergia ou nefrotoxidade. Deve ser realizado após a cintilografia com DSMA alterada e após exame alterado de USG. Com esse exame, é possível visualizar o refluxo vesicoureteral, uretra, bexiga e alterações na coluna. As principais indicações para esse exame são: USG de rins e vias urinárias alteradas, cintilografia com DMSA alterada e quadros repetitivos de infecção urinária associados à disfunção miccional.
FONTE:
- Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole,2017.