A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica muito comum na prática médica e é um tema muito frequente nas provas de residência médica. De acordo com a OMS, são mais de 1,28 bilhões de pessoas entre 30 e 79 anos acometidas pela doença, sendo um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, como IAM e AVC, a principal causa de morte no Brasil e no mundo.
Se você vai fazer prova de residência, entenda agora os principais pontos cobrados acerca dessa temática!
O que é Hipertensão Arterial Sistêmica?
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial caracterizada pela elevação sustentada dos níveis pressóricos, igual ou acima dos níveis de 140 x 90 mmHg. Ela aumenta o risco de doença cardiovascular e está presente em cerca de 32,5% dos adultos e 60% dos idosos.
Classificação
A Sociedade Brasileira de Cardiologia classifica a HAS em:
Dica de prova
A classificação da SBC é a mesma da Sociedade Europeia de Cardiologia, e essas são as que costumam ser cobradas nas provas. Porém, se a questão se referir diretamente à diretriz da American Heart Association (AHA), o valor de referência é de PAS superior a 130 ou PAD superior a 80 mmHg.
Diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica
O diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica pode ser feito por meio de 2 medidas ambulatoriais com PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90, com o intervalo de 1 a 4 semanas entre as medições. Porém, se PAS ≥ 180 ou PAD ≥ 110 ou se o risco cardiovascular do paciente for alto só necessita de uma medição.
Nos pacientes com PAS entre 140-179 e/ou PAD entre 90-109 na primeira consulta, pode fazer a avaliação pressórica por meio do MAPA de 24h, do MRPA ou do AMPA (automedida da PA). Esses métodos possibilitam diagnosticar a HAS verdadeira da hipertensão do jaleco branco.
Tratamento da hipertensão arterial sistêmica
O tratamento da hipertensão arterial sistêmica de primeira linha é feito com 4 classes de drogas:
- Diuréticos tiazídicos 🡪 Hidroclorotiazida, indapamida e clortalidona
- BRA (bloqueadores da renina-angiotensina) 🡪 Losartana, valsartana e candesartana.
- IECA (inibidores da enzima conversora de angiotensina) 🡪 Enalapril, captopril, lisinopril, perindopril e ramipril.
- Bloqueadores do canal de cálcio (BCC/ACA) 🡪 Anlodipino e levanlodipino.
No geral, o tratamento é feito com um IECA ou BRA (nunca deve associar os dois), associados a um diurético e/ou um BCC. O alvo terapêutico naqueles com alto risco cardiovascular é < 130x80 mmHg, naqueles com risco baixo ou moderado é de < 140 x 90 mmHg.
A espironolactona é a quarta droga de escolha. Os betabloqueadores (BB) não são mais droga de primeira linha, sendo usados apenas em segunda linha, assim como os alfa-2-agosnistas (metildopa e clonidina). Além disso, é de grande importância a associação da mudança de estilo de vida (MEV), com a prática de exercícios, melhora da dieta, cessação do tabagismo.
O tratamento inicial é feito de acordo com o estágio da hipertensão:
Nos idosos muito frágeis e naqueles com HAS estágio 1 e baixo risco cardiovascular que não apresentarem melhora com MEV pode ser feita a monoterapia. Além disso, nos idosos frágeis, PA mais altas são toleradas, sendo < 150 x 80 o alvo terapêutico.
Fluxograma do tratamento de HAS. Fonte: SBC
Dica de prova – Condições específicas
As provas costumam cobrar algumas condições especiais e as drogas mais indicadas nesses casos, como pode ser visto a seguir:
Conclusão
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica extremamente comum, caracterizada por níveis pressóricos aumentados de forma sustentada (≥140x90 mmHg), sendo diagnosticado por meio de 2 medidas com 1 a 4 semanas de diferença ou por meio do MAPA, MRPA ou AMPA. O tratamento é feito por meio da MEV associada às drogas: diuréticos tiazídicos, IECA, BRA e BCC/ACA.
Vamos ver uma questão NA PRÁTICA? Abaixo está o link de uma questão explicada pelo Dr. André Lafayette sobre hipertensão arterial sistêmica.
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FONTES: