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Publicado em
13/2/23

Câncer Colorretal: Sintomas, Como Diagnosticar e Tratar

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Câncer Colorretal: Sintomas, Como Diagnosticar e Tratar

Os tumores que se iniciam na parte inicial do intestino grosso conhecida como cólon e reto recebem o nome de câncer colorretal ou câncer de cólon e reto. Por causa de sua origem, ele também é conhecido como câncer de intestino

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020, este foi o segundo tipo de câncer mais diagnosticado entre os brasileiros, acometendo homens e mulheres de maneira semelhante. Assim, foram contabilizados 41.010 casos ao total, perdendo apenas para o câncer de mama, em mulheres, e o câncer de próstata, em homens.

Além disso, é o terceiro tipo que mais causa óbitos. Em 2019, foram registrados 20.576 óbitos, entre homens e mulheres. Dessa forma, a detecção precoce do câncer colorretal é fundamental para que o tratamento seja eficaz e a cura seja alcançada. Por isso, ficar atento aos sinais e sintomas é imprescindível.

Aqui você irá encontrar todos os detalhes sobre este tumor maligno: fatores de risco, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção.

O que é câncer colorretal ou câncer de intestino?

O que é câncer colorretal ou câncer de intestino
O câncer de cólon e reto tem crescimento lento e silencioso. Foto: Reprodução/Shutterstock

O câncer de cólon e reto é um tumor maligno localizado no intestino grosso, formado pelo cólon e pelo reto. É um câncer de crescimento lento e por isso muitas vezes é diagnosticado a tempo de realizar o tratamento cirúrgico ideal. A taxa de cura é alta nos casos sem metástases, isto é, quando a malignidade não se espalhou para outros órgãos.

O tipo mais frequente de câncer colorretal é o adenocarcinoma, que se origina a partir de um pólipo adenomatoso esporádico (maioria dos casos) ou derivado a doenças polipoides hereditárias. 

Os pólipos são tumores benignos nas paredes do cólon e do reto, como verrugas. Eles aparecem mais após os 50 anos e com o passar dos anos podem sofrer uma diferenciação celular e vir a se tornar um câncer, por isso, devem ser retirados. Essa diferenciação para câncer costuma ser devido a maus hábitos de vida, como dieta rica em gorduras, tabagismo e sedentarismo.

Sintomas de câncer colorretal e seus principais sinais

O câncer de cólon e reto é conhecido por ser silencioso, pelo seu crescimento ser lento e manifestar sinais e sintomas apenas quando o tumor está grande. Ficar atento a eles para a detecção precoce é essencial. Veja a seguir:

  • Sangue nas fezes, com ou sem muco, vivo ou escuro;
  • Sangramento anal;
  • Mudança no hábito intestinal: prisão de ventre, diarreia crônica, necessidade urgente de evacuar com pouco volume de fezes;
  • Dor ou desconforto abdominal, tipo cólica, com gases e associado ao inchaço abdominal;
  • Alteração na estrutura das fezes: muito finas e compridas;
  • Massa (tumoração) abdominal;
  • Evacuações dolorosas;
  • Desconforto gástrico;
  • Sensação de esvaziamento intestinal incompleto;
  • Fraqueza, cansaço e anemia;
  • Perda de peso sem causa aparente; e
  • Náuseas e vômitos.

Os sinais e sintomas variam de acordo com a localização do tumor. Um câncer em cólon direito costuma ter mais sangramento, assim provocando anemia (diminuição de glóbulos vermelhos). Caso seja no cólon esquerdo, há mais queixas acerca de mudança no hábito intestinal, com constipação ou diarreia paradoxal. Por fim, é mais característico de um tumor retal a hematoquezia (sangue vivo ao defecar) e tenesmo (vontade constante de defecar, mas sem necessidade).

Vale salientar que essa apresentação clínica pode estar presente em outros problemas como hemorroidas, verminose, úlcera gástrica, síndrome do intestino irritável e inflamação do cólon. Sendo assim, é necessário realizar exames complementares para confirmar o diagnóstico correto.

Como diagnosticar o câncer colorretal?

Além dos sinais e sintomas do câncer colorretal, o médico deve se atentar ao histórico familiar do paciente e fazer o exame clínico. Nos casos suspeitos é necessária a solicitação da colonoscopia para visualizar a parte interna do intestino. Os tumores encontrados devem ser encaminhados para avaliação histopatológica, assim tendo a confirmação do diagnóstico.

Rastreio

Acerca do rastreio, a Organização Mundial da Saúde recomenda para pessoas acima de 50 anos o exame anual de sangue oculto de fezes, e caso positivo, a colonoscopia deve ser solicitada. Outras opções de rastreio são colonoscopia a cada 10 anos, colonoscopia virtual a cada 5 anos ou retossigmoidoscopia a cada 5 anos.

Teste de sangue oculto nas fezes (FOBT)

Através dele é possível identificar a presença de sangue nas fezes, contudo, não é possível saber qual a sua origem, se é advindo do cólon ou de outra parte do aparelho digestivo. Desse modo, havendo a presença de sangue, é preciso fazer uma colonoscopia.

Importante alertar que esse método de rastreio não é eficiente quando comparado aos outros métodos, pois é possível que um tumor maligno esteja em desenvolvimento e não gere sangramentos no período do exame.

Colonoscopia

É possível ver o câncer na colonoscopia acima. Fonte: MSD manuals; link da fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/tumores-do-trato-gastrintestinal/c%C3%A2ncer-colorretal
É possível ver o câncer na colonoscopia acima. Fonte: MSD manuals

A colonoscopia é utilizada para a visualização do reto e do cólon, através da inserção de um tubo fino com uma câmera na ponta. Caso alguma área tenha algum aspecto suspeito ou haja um pólipo maior podem ser inseridos instrumentos para fazer a biópsia do local, para determinar se é câncer, um tumor benigno ou resultado de um processo inflamatório.

Como dito anteriormente, o rastreio é recomendado para pessoas com mais de 50 anos, apresentando ou não os sinais e sintomas do câncer colorretal, podendo-se realizar a colonoscopia a cada 10 anos.

DNA das fezes

As células do câncer colorretal apresentam mutações no DNA de determinados genes, então esse exame se propõe a localizar essas anormalidades presentes no DNA das células cancerígenas. Escolhendo esse método de rastreio, é necessário realizá-lo a cada 3 anos.

Sigmoidoscopia flexível

Este exame é parecido com a colonoscopia, mas pode ser realizado em ambulatório e permite apenas a avaliação do cólon esquerdo

Exames de sangue

Exames que podem ajudar no diagnóstico, assim como servem também para monitorar a doença são o hemograma, para identificar a anemia provocada pelo sangramento intestinal.

Também podem ser solicitados os marcadores tumorais. O mais comum para detecção desse câncer é o antígeno carcinoembrionário (CEA). Este, no entanto, é um exame de maior valor prognóstico, ou seja, solicitado nos casos de seguimento após o diagnóstico.

Outros exames como a ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada e angiografia são utilizados para determinar a localização e tamanho do câncer colorretal, além de verificar se há metástases para os linfonodos, pulmões ou fígado.

Quais os possíveis tratamentos?

Quais os possíveis tratamentos
O tratamento de primeira escolha é a cirurgia. Foto: Reprodução/Shutterstock

A cirurgia é o tratamento inicial para a doença. O tipo do procedimento cirúrgico depende do tamanho e localização do tumor. Na maioria dos casos é feita a ressecção do intestino, onde a parte do intestino afetada é retirada, além de gânglios linfáticos próximos. A indicação cirúrgica depende ainda da idade do paciente, do histórico e estado de saúde dele.

As chances de cura reduzem significativamente se houver a presença de metástases para órgãos como o fígado e os pulmões, podendo ser necessárias mais cirurgias nestes locais e terapia adjuvante, como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

Radioterapia

Procedimento utilizado antes ou depois da cirurgia, sobretudo no câncer de reto. Além disso, é indicado quando o tumor tem a localização próxima ao ânus e a sua remoção torna-se impossível.

Ademais, para diminuir a possibilidade de recidivas e aumentar a taxa de sucesso da ressecção é feito o tratamento padrão com a radioterapia pré-operatória e quimioterapia.

Quimioterapia

A quimioterapia apresenta bons resultados no tratamento de pacientes em estágios moderados. O que não pode ser dito para os casos de recidivas e muito avançados, uma vez que não costuma ser muito eficaz.

Imunoterapia

Normalmente é indicada como tratamento complementar a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia.

Ela não só estimula como fortalece o sistema imunológico, para que reconheça e destrua as células cancerosas.

O que aumenta os riscos de câncer colorretal?

A alimentação é um fator essencial para aumentar ou diminuir o risco de desenvolver o câncer colorretal.

Dessa forma, uma alimentação não saudável pobre em fibras e rica em açúcar, em alimentos processados (linguiça, salsicha, mortadela, bacon) e embutidos aumentam o risco para a doença. Assim como, a ingestão de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana). 

O histórico familiar para esse tipo de tumor (parente de primeiro grau), o histórico pessoal para câncer de intestino, ovário, útero ou mama também são fatores de risco aumentado para este tumor. Outros fatores relacionados ao aumento das chances de desenvolvimento da doença são:

  • A idade igual ou acima de 50 anos;
  • O excesso de peso corporal;
  • O tabagismo e a ingestão de bebida alcoólica;
  • Doenças inflamatórias do intestino, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn;
  • Doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC);
  • Exposição ocupacional à radiação ionizante; e
  • Constipação intestinal: o contato prolongado com a parede do cólon e do reto é um fator de risco.

Como prevenir o câncer colorretal?

Manter uma vida saudável fazendo exercícios físicos e ingerindo alimentos naturais, ricos em fibras vegetais e minimamente processados contribuem para prevenir o câncer colorretal.

Sendo assim, deve-se aumentar o consumo de grãos, verduras, frutas, legumes, feijão, sementes e alimentos integrais, bem como consumir apenas 500 gramas de carne por semana.

O consumo de alimentos integrais, além de influenciar diretamente o funcionamento do intestino, também ajuda no controle do peso corporal, fator importante para a prevenção.

Não se expor ao tabagismo, não fumar, evitar os embutidos, as comidas processadas e o consumo de bebida alcoólica também ajudam a prevenir a doença.

Conclusão

O câncer colorretal é silencioso e se desenvolve, geralmente, a partir de pólipos adenomatosos que surgem principalmente devido à má alimentação. Visto isso, conseguimos prevenir com aumento do consumo de fibras vegetais em verduras, frutas e legumes, além da prática de atividade física.

Os sinais e sintomas do câncer de intestino são percebidos, normalmente, quando o tumor já está em estágio avançado, por isso é recomendado rastreio a partir de 50 anos de idade.

Quando descoberto antes de se espalhar para outros órgãos é curável e tratável, depois da metástase as chances de cura diminuem significativamente.

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