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Publicado em
18/4/23

Calendário de imunização: revisão para a prova de residência médica

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Calendário de imunização: revisão para a prova de residência médica

O calendário de imunização, recomendado pelo Ministério da Saúde (MS), é um assunto de extrema relevância nas provas de residência médica, sendo cobrado tanto na parte de Pediatria, com foco maior nas vacinas infantis, como na parte de Medicina Preventiva. Entenda como esse tema é cobrado e saiba as principais dicas que vão te ajudar nas provas!

Imunização até os 12 meses de vida

Nos 12 primeiros meses, o calendário vacinal recomendado pelo MS, de acordo com os meses, é:

CALENDÁRO DE IMUNIZAÇÃO ATÉ OS 12 MESES
Ao nascer BCG
Hepatite B
2 meses Poliomielite 1, 2 e 3 (VIP) – 1ª dose
Rotavírus humano – 1ª dose
Penta (DTP + Hib + HB) – 1ª dose
Pneumocócica 10-valente – 1ª dose
3 meses Meningocócica C – 1ª dose
4 meses Poliomielite 1, 2 e 3 (VIP) – 2ª dose
Rotavírus humano – 2ª dose
Penta (DTP + Hib + HB) – 2ª dose
Pneumocócica 10-valente – 2ª dose
5 meses Meningocócica C – 2ª dose
meses Poliomielite 1, 2 e 3 (VIP) – 3ª dose
Penta (DTP + Hib + HB) – 3ª dose
9 meses Febre amarela – Dose
12 meses Pneumocócica 10-valente – Reforço
Meningocócica C – Reforço
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)

Dicas de prova 

A BCG é contra-indicada em recém-nascido (RN) com menos de 2kg, devendo esperar o bebê atingir os 2kg para ser aplicado.

RN de mãe com hepatite B, além da vacina de hepatite B ao nascer, deve receber imunoglobulina em até 72h.

Nos serviços privados, existe ainda outra versão da vacina para pneumococo: a pneumocócica 13-valente. Essa, porém, só é disponibilizada pelo SUS em crianças ≥ 5 anos com HIV, neoplasia maligna ou transplantada. Cuidado para não se confundir!

A proteção contra o rotavírus humano tem limite de idade: a primeira dose só pode ser aplicada até 3 meses e 15 dias e a segunda dose só pode ser feita até os 7 meses e 29 dias se a primeira foi feita.

Até 2019, a imunização contra a febre amarela era feita apenas em regiões endêmicas. A partir de 2020, passou a ser recomendada em todo o país.

Imunização em crianças a partir de 1 ano

CALENDÁRIO DE IMUNIZAÇÃO A PARTIR DE 1 ANO
15 meses Poliomielite 1 e 3 (VOP) – 1° reforço
Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
Hepatite A
DTP (difteria, tétato e coqueluche) – 1° reforço
4 anos Poliomielite 1 e 3 (VOP) – 2° reforço
Febre amarela – Reforço
DTP (difteria, tétato e coqueluche) – 2° reforço
Varicela
A partir dos 5 anos Pneumocócica 23-valente (para povos indígenas sem comprovação de pneumocócica 10-valente)
A partir dos 7 anos dT (difteria e tétano) – 3 doses
HPV – 2 doses (dos 9 aos 14 anos para meninas e dos 11 aos 14 para meninos)

Imunização para adolescentes

Para os adolescentes, as vacinas indicadas são, a depender da situação vacinal:

  • Hepatite B – 3 doses (iniciar ou completar esquema de acordo com situação vacinal).
  • dT – 3 doses (iniciar ou completar esquema de acordo com situação vacinal) + Reforço a cada 10 anos.
  • Febre amarela – Dose única para pessoas não vacinadas ou reforço para aquelas que receberam antes dos 5 anos.
  • Tríplice viral – Iniciar ou completar 2 doses.
  • HPV – Iniciar ou completar 2 doses.
  • Pneumocócica 23-valente – 1 dose para povos indígenas e para aqueles sem histórico de vacina pneumocócica 10-valente.
  • Meningocócica ACWY – 1 dose dos 11 aos 14 anos.

Dica de prova

A meningocócica ACWY é uma novo imunizante realizado APENAS em adolescentes. Ela protege contra os sorotipos A, C, W e Y. Cuidado para não confundir com a meningocócica C, aplicada em crianças.

Imunização para adultos e idosos

Para adultos e idosos, são recomendadas as mesmas vacinas dos adolescentes, com exceção da HPV e da meningocócica ACWY. A recomendação é sempre de acordo com a situação vacinal.

Além disso, no adulto e idoso que tomar a pneumocócica 23-valente, recomenda-se reforço 5 anos após. Se for idoso acamado ou institucionalizado, recomenda-se mais 1 dose. Além disso, recomenda-se a vacina anual de influenza para idosos.

Atualidades

Com a queda da cobertura vacinal nos últimos anos, algumas doenças como sarampo e poliomielite parecem retornar com aumento no número de casos. Diante disso, é importante a  melhor compreensão sobre esses casos específicos.

Prevenção contra sarampo

A imunização contra o sarampo é feita, como já visto, por meio da tríplice viral (dada aos 12 meses) e da tetraviral (dada aos 15 meses). A vacina é feita com vírus vivo atenuado e deve-se esperar 30 dias para engravidar após vacinar-se. 

Se a pessoa entrar em contato com alguém com a doença é possível ainda realizar a vacina de bloqueio até 72h após contato ou imunoglobulina para sarampo em até 6 dias após contato.

A imunoglobulina é recomendada para: 

  • Lactentes < 6 meses e > 2,5 kg de mães sem evidência prévia de imunidade ao sarampo.
  • Lactentes < 6 meses e < 2,5 kg.
  • Gestantes. 
  • Imunocomprometidos.

Prevenção contra poliomielite

Em 2022, foi diagnosticado um caso em Israel de pólio em uma criança de 3 anos não-vacinada. A poliomielite era uma doença considerada erradicada no país. Nos EUA, também ano passado, um jovem de 20 anos foi diagnosticado com a doença, também considerada erradicada no país.

No Brasil, ela é considerada erradicada desde 1994, porém, a cobertura vacinal vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016. Entre os dias 8 agosto e 9 de setembro de 2022, o Ministérios da Saúde realizou campanha de vacinação.

A imunização é feita através da vacina inativada de poliomielite injetável, chamada de VIP. Deve ser realizada em 3 doses, aos 2, 4 e 6 meses de vida, respeitando um intervalo de 60 dias entre as doses. Além disso, devem ser feitas doses orais bivalentes de reforço aos 15 meses e 4 anos, a chamada VOP.

Conclusão

O calendário de imunização nacional é um assunto de grande relevância nas provas de residência. As bancas gostam de cobrar esse assunto relacionado com questões do dia a dia. Além disso, com a baixa cobertura vacinal nos últimos anos, é possível que algumas doenças como sarampo e poliomielite, que vem ganhando maior relevância por aumento dos casos, sejam cobradas com maior frequência. 

Vamos ver uma questão NA PRÁTICA? Abaixo está o link de uma questão explicada pela Drª. Tarciana Mendonça sobre imunizações.

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FONTES: