A repercussão tem sido grande, é verdade; mas ainda não há nem de longe um corpo robusto de evidência científica relacionando o aumento do número de AVCs em jovens diretamente à Covid-19.
Estudo do New England Journal sobre a relação de COVID-19 E AVCs
Dia 28 de Abril, o New England Journal of Medicine publicou em sua seção case reports um artigo avaliando cinco pacientes sintomáticos e positivos para o SARS-CoV-2 que tiveram AVC de grandes vasos. No início, ele carrega um disclaimer orientando profissionais da saúde a não o tomarem como recomendação de avaliação ou tratamento, mas sim como um conjunto de relatos observacionais — como todos os outros presentes na mesma seção. O relato foi descrito em Nova York, cidade com maior número de casos da doença no mundo.
Dados clínicos
Os cinco pacientes possuíam menos de 50 anos de idade. As histórias foram similares: apresentavam os sintomas comuns a todas as infecções por Covid somados a forte cefaleia e calafrios. A paciente nº 1 do estudo, mulher de 33 anos de idade, evoluiu com quadro de disartria progressiva e perda de sensibilidade e motricidade em lado esquerdo do corpo em um período de 28 horas. Os exames de imagem mostraram infarto parcial da artéria cerebral média direita, com um trombo parcialmente oclusivo em carótida direita na área de bifurcação cervical.
Conclusões
Os quatro pacientes seguintes, segundo o relato, mostraram achados similares. Logo, similarmente, o protocolo de anticoagulação foi realizado em todos. Não se cita o desfecho de cada caso, mas o mais importante vem a seguir: "Durante um período de duas semanas, de 23 de março a 7 de abril de 2020, um total de cinco pacientes (os supracitados) com menos de 50 anos de idade apresentaram sintomas de acidente vascular cerebral isquêmico de grandes vasos. Todos os cinco testaram positivo para Covid-19. Em comparação, a cada 2 semanas nos últimos 12 meses, nosso serviço tratou em média 0,73 pacientes com menos de 50 anos de idade com AVC de grandes vasos.”